6 de set de 2023 às 15:10
O cardeal Giorgio Marengo, missionário da Consolata e prefeito apostólico em Ulan Bator, Mongólia, foi um dos grandes responsáveis pela visita do papa Francisco ao país. Para ele, esta viagem foi uma graça do céu. “Não sei como defini-la de outra forma, um imenso presente que recebemos e, como todo presente gratuito, no sentido de que foi muito além de nossas esperanças, de nossas expectativas”, disse a Vatican News.
Há algum tempo, o cardeal Marengo convidou pessoalmente o papa Francisco para visitar a Mongólia. A viagem aconteceu de 31 de agosto a 4 de setembro de 2023. Assim, Francisco se tornou o primeiro papa a visitar este país asiático, onde vivem mais de 3 milhões de habitantes, dos quais apenas 1,5 mil são católicos.
Depois da viagem, o cardeal Marengo analisou para Vatican News o significado desse acontecimento, dizendo que animou “os corações deste povo”. Ele falou do imenso trabalho que teve que ser feito antes da visita para preparar tudo.
Segundo o cardeal Marengo, assim que o papa Francisco chegou ao país, todo o cansaço “foi superado pela alegria de ter o Santo Padre conosco, pelo seu testemunho tão humilde, simples e próximo”, um testemunho que gerou imediatamente uma conexão entre os mongóis de todas os âmbitos e o papa, acrescentou.
Para o cardeal, este foi um dos pontos centrais da visita: que o papa não só se encontrasse com a pequena comunidade católica da Mongólia, mas também com pessoas de outras confissões, incluindo os não crentes.
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Ele também disse que recebeu “comentários muito positivos” de pessoas que não estão ligadas à Igreja. Para Marengo, os discursos do papa “faziam com que as pessoas se sentissem orgulhosas de serem quem são, porque foi dado muito espaço para a beleza, a riqueza desse povo, suas tradições, sua história”.
Na sua opinião, significou muito para os mongóis que um líder religioso tão importante como o papa, mesmo com a saúde frágil e debilitada, tenha vindo trazer-lhes uma “mensagem desarmante de fraternidade, cooperação e harmonia”.
Francisco falou da importância da Mongólia para a paz mundial e durante a sua visita enviou mensagens à Rússia e à China. O cardeal Marengo disse que o papa “se posicionou como mensageiro da paz de maneira muito simples e direta”, e que os mongóis têm experiência disso com a Pax mongolica mencionada pelo papa. “Cada povo – para além de seu tamanho e peso relativo – tem a responsabilidade de construir a paz”, acrescentou.
A liberdade religiosa é respeitada na Mongólia e pessoas de diversas religiões coexistem em harmonia. O próprio papa Francisco mencionou isso e pediu que estes valores fossem aprofundados. Neste sentido, o prefeito apostólico de Ulan Bator espera que a semente lançada durante a visita pontifícia “cresça, crie raízes e se torne cada vez mais uma realidade”. Ele espera também que as mensagens do papa “se tornem programas concretos de vida e colaboração” e confia em que haverá resultados positivos.