ROMA, 25 de jan de 2006 às 18:53
O Secretário da Congregação para a Doutrina da Fé, que acompanhou por vários anos o então Cardeal Joseph Ratzinger nesse dicastério, avaliou que a primeira encíclica do Papa Bento XVI "Deus caritas est" (Deus é amor) constitui um "convite a voltar aos fundamentos do Cristianismo".Na entrevista que concedeu à revista Famiglia Cristiana, antecipada pela agência a Europa Press, Dom Amato explica que o Papa escreveu este documento "para relançar a idéia de que Deus cristão é um Deus de caridade e o diz no princípio quando faz referência ao mundo e quando em nome de Deus se fala de vingança ou ódio e violência".
Conforme informou a agência, Dom Amato é "um dos poucos que puderam acompanhar a elaboração da encíclica" e para ele "não é verdade o que se diz a respeito de que não se trata de um documento ‘programático’" pois realmente "se trata do programa central do Cristianismo" que é "a religião da caridade".
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Dom. Amato precisa que esta encíclica é diferente da primeira de João Paulo II, "Redemptor hominis", porque nela o falecido Pontífice descrevia o programa de seu Pontificado. "Bento XVI, entretanto, explica o núcleo essencial do cristianismo, quer dizer a caridade, o amor e o reflexo destes nas ações da Igreja", indica.
Dom. Amato também explica que a parte da Encíclica que trata do amor entre homem e mulher, oferece "uma teologia da realidade esponsal". "O Papa compõe eros e ágape em unidade, não exclui um em favor do outro mas explica que o eros não tem que encerrar-se no egoísmo, no prazer exclusivo, mas sim tem que converter-se em ágape, quer dizer atenção pelo próximo", acrescenta.
Segundo Amato, o Santo Padre sustenta que o "amor de Deus é passional" e "põe em guarda a todos sobre os aspectos exteriores e burocráticos da fé".