11 de set de 2023 às 10:22
A advogada e pesquisadora Martha Patricia Molina acusou o governo da Nicarágua de ter sequestrado o padre Osman José Amador Guillén que pediu orações por dom Rolando Álvarez, bispo de Matagalpa preso desde fevereiro.
El sacerdote Osman José Amador Guillen de 36 años de edad ha sido secuestrado por la policia sandinista. Su familia y su parroquia desconocen su paradero. #LibertadYA pic.twitter.com/jwdyIm5hs8
— AUN (@AUNNicaragua) September 9, 2023
Em mensagem enviada à ACI Prensa, agência em espanhol do Grupo ACI, a autora do relatório “Nicarágua, uma Igreja perseguida?” disse que o sacerdote “foi sequestrado pela polícia sandinista” na noite de sexta-feira (8).
“Não houve ordem judicial que justificasse sua prisão. Seu paradeiro é desconhecido. Recentemente pediu para rezar por dom Rolando Álvarez e por isso o sequestraram”, disse.
Segundo o meio de comunicação ‘El Confidencial’, “fontes da diocese de Estelí descreveram que o sequestro aconteceu por volta das 22h, quando um grupo de agentes de choque invadiu o templo católico, onde estava a decorrer uma reunião entre os membros do clero”.
O padre Amador Guillén foi o último diretor da Cáritas Estelí, fechada pelo governo sandinista em março deste ano.
Martha Patricia Molina teme que o padre Amador esteja ligado ao caso dos sacerdotes Pastor Eugenio Rodríguez Benavides e Leonardo Guevara Gutiérrez, presos em maio.
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Segundo a imprensa local, eles estão sendo investigados por “assuntos administrativos da extinta Cáritas Diocesana de Estelí” e atualmente estão em Manágua.
Os sacerdotes são vigiados
Em agosto, Martha Patricia Molina disse à ACI Prensa que, na Nicarágua, “as paróquias são vigiadas 24 horas por dia por pessoas infiltradas” pelo governo.
“Na verdade, as homilias dos padres são sempre gravadas e enviadas para o que se conhece como El Carmen, que é o lugar onde vive o casal ditatorial Ortega-Murillo” e onde são analisadas as falas dos párocos.
Também disse que o governo sandinista “proibiu mencionar o bispo Rolando Álvarez nas missas e orações”.
Os grupos de leigos, sacerdotes e seminaristas rezam secretamente pelo bispo de Matagalpa, “porque quem o menciona na homilia, na missa (…), é imediatamente visitado pela polícia” e pode até ser preso.