A advogada e pesquisadora Martha Patricia Molina acusou o governo da Nicarágua de ter sequestrado o padre Osman José Amador Guillén que pediu orações por dom Rolando Álvarez, bispo de Matagalpa preso desde fevereiro. 

Em mensagem enviada à ACI Prensa, agência em espanhol do Grupo ACI, a autora do relatório “Nicarágua, uma Igreja perseguida?” disse que o sacerdote “foi sequestrado pela polícia sandinista” na noite de sexta-feira (8).

“Não houve ordem judicial que justificasse sua prisão. Seu paradeiro é desconhecido. Recentemente pediu para rezar por dom Rolando Álvarez e por isso o sequestraram”, disse.

Segundo o meio de comunicação ‘El Confidencial’, “fontes da diocese de Estelí descreveram que o sequestro aconteceu por volta das 22h, quando um grupo de agentes de choque invadiu o templo católico, onde estava a decorrer uma reunião entre os membros do clero”.

O padre Amador Guillén foi o último diretor da Cáritas Estelí, fechada pelo governo sandinista em março deste ano.

Martha Patricia Molina teme que o padre Amador esteja ligado ao caso dos sacerdotes Pastor Eugenio Rodríguez Benavides e Leonardo Guevara Gutiérrez, presos em maio.

Receba as principais de ACI Digital por WhatsApp e Telegram

Está cada vez mais difícil ver notícias católicas nas redes sociais. Inscreva-se hoje mesmo em nossos canais gratuitos:

Segundo a imprensa local, eles estão sendo investigados por “assuntos administrativos da extinta Cáritas Diocesana de Estelí” e atualmente estão em Manágua.

Os sacerdotes são vigiados

Em agosto, Martha Patricia Molina disse à ACI Prensa que, na Nicarágua, “as paróquias são vigiadas 24 horas por dia por pessoas infiltradas” pelo governo.

“Na verdade, as homilias dos padres são sempre gravadas e enviadas para o que se conhece como El Carmen, que é o lugar onde vive o casal ditatorial Ortega-Murillo” e onde são analisadas as falas dos párocos.

Também disse que o governo sandinista “proibiu mencionar o bispo Rolando Álvarez nas missas e orações”.

Os grupos de leigos, sacerdotes e seminaristas rezam secretamente pelo bispo de Matagalpa, “porque quem o menciona na homilia, na missa (…), é imediatamente visitado pela polícia” e pode até ser preso.