O padre Anil Francis, de 40 anos, ordenado sacerdote há dez anos, foi encontrado enforcado enforcado em uma árvore nos arredores de Sagar, aonde foi para participar de um retiro do clero no Estado de Madhya Pradesh, região central da índia no que parece ser um suicídio. "O padre Anil Francis estava sob tensão e pressão devido a uma denúncia apresentada contra ele por causa uma publicação que ele havia feito nas redes sociais sobre a violência em Manipur", disse um porta-voz da diocese de Sagar. O padre protestou nas redes contra a inação do governo diante da violência contra cristãos na região nordeste da Índia.

“Não sabemos o que o levou a tomar essa decisão extrema. Ainda estamos em choque”, disse o bispo de Sagar, dom James Athikalam, ao UCA News.

“Respeitaremos o seu desejo”, acrescentou o bispo e disse que o corpo será entregue à sua família, para que o padre seja cremado e não enterrado, como solicitou numa nota que deixou.

Segundo a Asia News, o porta-voz da diocese de Sagar, padre Sabu Puthenpurackal, divulgou um comunicado no qual observou que “a polícia está investigando o caso e a diocese está cooperando plenamente”.

“Estamos extremamente tristes e consternados pela morte do padre Anil Francis, que era conhecido pelo seu empenho nas obras que lhe foram confiadas e pela sua dedicação aos valores que pregava”, conclui a nota da diocese de Sagar.

Violência em Manipur

Receba as principais de ACI Digital por WhatsApp e Telegram

Está cada vez mais difícil ver notícias católicas nas redes sociais. Inscreva-se hoje mesmo em nossos canais gratuitos:

A agência Fides, serviço noticioso das Pontifícias Obras Missionárias, informa que há alguns meses existe um conflito étnico, que se agravou devido ao elemento religioso, no estado de Manipur.

No dia 8 de setembro houve um confronto na cidade de Pallel, onde duas pessoas morreram e outras 40 ficaram feridas.

Há alguns meses, o Tribunal Superior de Manipur ordenou a inclusão da comunidade Meitei, um grupo não tribal e de maioria hindu, na lista de “tribos reconhecidas constitucionalmente”, o que gerou em maio protestos das comunidades Kuki e Naga, grupos que são considerados tribais e que são em sua maioria cristãos.

Como resultado da violência, existem agora cerca de 70 mil pessoas deslocadas e mais de 200 mortes naquela região.

Os confrontos levaram a um toque de recolher, decretado pelas autoridades locais, e deixaram mais de 3,7 mil imóveis danificados. Destes, mais de 200 são igrejas ou capelas, conforme relatado por dom Dominic Lumon, arcebispo de Imphal. Este fato exacerbou ainda mais a polarização.