Ao menos 11 pessoas morreram na sexta-feira (15) em ataque do Estado Islâmico a Naquitengue, em Moçambique, no qual atiraram nos que identificaram como cristãos.

Na segunda-feira (18), a fundação pontifícia Ajuda à Igreja que Sofre (ACN) informou que os radicais muçulmanos chegaram à tarde a Naquitengue, na província de Cabo Delgado, e separaram cristãos dos muçulmanos. Como os cristãos são majoritariamente da etnia makonde, os terroristas islâmicos os identificaram só “com base nos nomes”. Depois, abriram fogo.

Houve casas queimadas e bens destruídos. Parte da população fugiu para a floresta.

No domingo (17), o Estado Islâmico reivindicou a autoria do ataque, reportando 11 mortes, embora se preveja que o número de vítimas seja superior, ao menos 12 mortos e vários feridos.

Frei Boaventura, missionário do Instituto da Fraternidade dos Pobres de Jesus, disse à ACN que a prática dos radicais islâmicos de “separar os cristãos dos muçulmanos” já ocorreu em ocasiões anteriores.

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No mês de agosto, dom Antônio Juliasse, bispo de Pemba, falou da guerra em Cabo Delgado: “já há cerca de 1 milhão de deslocados internos e perto de 5 mil mortos”.

O bispo exortouo “a ser solidário com Cabo Delgado” e procurar aliviar “o sofrimento imediato deste povo que está com muitas necessidades.”.

O ataque de segunda-feira (18) ocorreu cerca de um mês depois de as autoridades militares moçambicanas terem anunciado a eliminação de Bonomade Machude Omar, líder do grupo radical muçulmano ligado ao Estado Islâmico que luta no norte do país.

A crise no norte de Moçambique, que eclodiu em 2017, concentra-se principalmente na província de Cabo Delgado, mas também se espalhou para províncias vizinhas, como Nampula e Niassa.

Nesta área, homens armados afiliados ao Estado Islâmico, conhecido localmente como Al Shabaab, continuam atacando civis. Em abril de 2023, o conflito violento tinha deslocado mais de um milhão de pessoas.