24 de set de 2023 às 13:48
“Deus nos ama e basta, ama-nos porque somos filhos, e o faz com amor incondicional, um amor gratuito”, disse o papa Francisco na oração do Ângelus de hoje (24).
Francisco refletiu com os fiéis que o ouviam da janela do Palácio Apostólico do Vaticano sobre o Evangelho do dia, onde “o proprietário de uma vinha sai desde as primeiras horas da madrugada até à noite para chamar alguns trabalhadores, mas, no final, paga a todos da mesma forma, mesmo a quem trabalhou apenas uma hora (cf. Mt 20, 1-16)”.
Segundo o papa, nesta parábola “não são apenas os homens que trabalham, mas sobretudo Deus, que sai sempre, sem se cansar, o dia inteiro”.
“Deus é assim: não espera os nossos esforços para vir ao nosso encontro, não nos faz um exame para avaliar os nossos méritos antes de nos procurar, não desiste se demoramos em responder-lhe; pelo contrário, Ele mesmo tomou a iniciativa e em Jesus ‘veio’ ao nosso encontro, para nos manifestar o seu amor”, disse.
“O Senhor nos procura e nos espera sempre”, disse o papa. “A justiça de Deus” é uma “justiça superior”.
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“A justiça humana – continuou – diz para ‘dar a cada um o que merece’, enquanto a justiça de Deus não mede o amor na balança dos nossos rendimentos, dos nossos desempenhos ou dos nossos fracassos”.
Às vezes, continuou ele, corremos o risco de ter uma relação “mercantil” com Deus, “centrando-nos mais na nossa bravura do que na generosidade da sua graça”.
“Às vezes, mesmo como Igreja, em vez de sair a cada hora do dia e abrir os braços a todos, podemos sentir-nos os primeiros da classe, julgando os outros distantes, sem pensar que Deus também os ama com o mesmo amor que tem por nós”, disse.
Francisco recordou que “mesmo nas nossas relações, que são o tecido da sociedade, a justiça que praticamos por vezes não consegue escapar do esquema do cálculo e limitamo-nos a dar de acordo com o que recebemos, sem ousar fazer algo mais, sem apostar na eficácia do bem feito gratuitamente e do amor oferecido com grandeza de coração”.
Por fim, convidou os fiéis a perguntar-se: “Eu cristão, eu cristã, sei ir em direção aos outros? Sou generoso, sou generosa com todos, sei dar aquele “a mais” de compreensão, de perdão, como Jesus fez comigo e faz todos os dias comigo?”.