29 de set de 2023 às 09:13
Na noite de terça-feira (26), um incêndio devastador consumiu um salão de casamento em Qaraqosh, norte do Iraque, deixando ao menos 114 mortos e 200 feridos. O patriarca dos caldeus de Bagdá, cardeal Louis Raphael Sako, expressou sua profunda tristeza pela tragédia.
Num comunicado divulgado na quarta-feira (27), o cardeal apresentou “suas sinceras condolências e solidariedade” à arquidiocese siro-católica de Mosul, “especialmente às famílias dos mortos e dos feridos”.
“Elevamos coletivamente nossas orações pelo consolo das almas dos mortos e pela rápida recuperação dos feridos. Concede-lhes, ó Senhor, descanso perpétuo e que a luz eterna brilhe sobre eles”, disse.
O incêndio ocorreu no Al Haitham Hall, um salão de eventos em Qaraqosh, também conhecido como Al Hamdaniya, que fica a leste de Mossul, durante uma festa de casamento que reuniu cerca de 600 participantes.
A Defesa Civil iraquiana e testemunhas relataram que o incêndio foi causado por fogos de artifício lançados enquanto os noivos dançavam. Os convidados entraram em pânico e correram para as saídas. No meio do caos, decorações em chamas e pedaços do teto caíram sobre eles, causando a morte de muitas pessoas.
O primeiro-ministro do Iraque, Mohamed Shia al Sudani, anunciou um período de luto nacional de três dias em todo o país.
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Após a catástrofe, o cardeal Sako viajou para Qaraqosh para prestar condolências, participar no funeral das vítimas e entregar ao arcebispo sírio-católico de Mosul, dom Benedict Qusay Mubarak Abdullah (Younan) Hano, uma quantia para ajudar as famílias afetadas.
Durante um breve discurso, o patriarca disse que é “responsabilidade do governo estabelecer regulamentos para investidores em projetos de construção, uma vez que a vida das pessoas está nas suas mãos”.
“Como pode o governo conceder licenças de construção sem que os investidores cumpram os regulamentos de construção e utilizem materiais pré-fabricados, sem condições de segurança ou sistemas de extinção de incêndios instalados?”.
No Iraque, as normas de segurança são amplamente ignoradas, tanto na indústria da construção como no setor dos transportes. Após décadas de conflito, a deterioração das infraestruturas do país é frequentemente palco de incêndios e trágicos acidentes domésticos.
Em julho de 2021, um incêndio na unidade Covid-19 de um hospital no sul do país matou mais de 60 pessoas. Alguns meses antes, em abril, a explosão de vários tanques de oxigênio provocou um incêndio num hospital de Bagdá que resultou na trágica morte de 80 pessoas.