“Sem dúvida, há muitos padres gays castos e celibatários na Igreja”, disse o jesuíta James Martin, que participará na primeira sessão do Sínodo da Sinodalidade como membro escolhido pelo papa Francisco.

“É crucial salientar que estes padres levam uma vida casta e celibatária, assim como os seus colegas heterossexuais, e dedicam as suas vidas ao serviço na Igreja. Isso provavelmente sempre foi assim”, disse em uma entrevista ao jornal espanhol El Periódico.

Segundo Martin, “é impossível” saber o número desses padres “por causa do estigma que ainda existe” e pelo qual “muitos sofreram em silêncio devido aos deboches”.

O jesuíta, conhecido pelo seu ativismo no campo LGTBI dentro da Igreja Católica, disse que as pessoas que prepararam o Instrumentum laboris do Sínodo da Sinodalidade lhe disseram que “metade das dioceses do mundo mencionaram a necessidade de uma maior acolhida e inclusão” dessas pessoas.

Sobre a sua participação no Sínodo, o padre Martin disse que o seu objetivo “é ouvir o Espírito Santo” e que “esse deve ser o objetivo de todos”.

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"Não sei o que esperar"

Para Martin, “é provavelmente inevitável” a possibilidade de tensões na primeira sessão do Sínodo da Sinodalidade. “Mas não devemos temer as tensões”, disse.

“O primeiro sínodo na história da Igreja foi o Concílio de Jerusalém, que ocorreu por volta do ano 50 DC. Houve muita tensão nesse momento, mas o Espírito Santo ainda foi capaz de agir”, disse.

Sobre a possibilidade de que alguns dos seus postulados sejam acolhidos nesta primeira sessão do Sínodo da Sinodalidade, o padre Martin disse: “Para ser sincero, realmente não sei o que esperar. Acho que nesta primeira reunião vamos nos concentrar em como dialogar entre nós e ouvir uns aos outros”.