ROMA, 8 de out de 2023 às 10:59
O papa Francisco e o patriarca latino de Jerusalém reagiram à repentina eclosão do conflito entre Israel e Palestina.
O papa disse hoje (8) ao fim da oração do ângelus que acompanha a violência “com apreensão e tristeza” e fez um apelo para “por favor, pararem os ataques com armamentos”.
O líder da Igreja Católica em Jerusalém, o cardeal Pierbattista Pizzaballa, pediu pelo fim da escalada da situação em uma declaração ontem (8).
“O contínuo derramamento de sangue e as declarações de guerra lembram-nos mais uma vez da necessidade urgente de encontrar uma solução duradoura e abrangente para o conflito palestino-israelense nesta terra”, disse o patriarca.
Uma série de ataques de foguetes e incursões de militantes do Hamas contra Israel teriam matado centenas de pessoas e deixado muitos feridos entre ontem (7) e a manhã de hoje (8).
Os ataques-surpresa começaram no início da manhã de ontem (7), quando teve início o feriado judaico de Simchat Torá, no qual os judeus celebram o fim e o reinício da leitura nacional da Torá.
Israel reagiu aos ataques com retaliações no sul de Israel e ao lançar ataques aéreos em Gaza. Segundo a agência de notícias Associated Press, o oficial militar israelense Daniel Hagari disse a repórteres na manhã de hoje (8) que “centenas de terroristas” foram mortos durante os combates em Gaza e no sul de Israel.
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O primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu disse ontem (7) que Israel está “em guerra”.
Num apelo no fim do seu discurso dominical do ângelus, o papa Francisco disse que “o terrorismo e a guerra não trazem nenhuma solução, mas apenas morte e sofrimento para muitas pessoas inocentes. A guerra é um fracasso. Toda guerra é um fracasso.”
Ele disse estar próximo das famílias das vítimas e pediu orações “para que haja paz em Israel e na Palestina”.
O papa também lembrou que o mês de outubro é dedicado ao rosário e pediu aos católicos que continuem a rezar através da intercessão de Maria “pelo dom da paz para os muitos países do mundo marcados pela guerra e pelo conflito”.
Pizzaballa, ordenado cardeal pelo papa Francisco no consistório de 30 de setembro, classificou o repentino surto de violência em Israel e na Palestina como “muito preocupante devido à sua extensão e intensidade”.
“As muitas vítimas e tragédias, com as quais tanto os palestinianos como as famílias israelitas têm de lidar, criarão mais ódio e divisão e destruirão cada vez mais qualquer perspectiva de estabilidade”, acrescentou o patriarca.
“Pedimos a Deus que inspire os líderes mundiais na sua intervenção para a implementação da paz e da concórdia”, disse ele, “para que Jerusalém possa ser uma casa de oração para todos os povos”.
O patriarcado latino de Jerusalém também anunciou que “devido às atuais circunstâncias” as celebrações em homenagem à inclusão de Pizzaballa no colégio de cardeais foram canceladas até novo aviso.
Uma declaração conjunta dos patriarcas e chefes das Igrejas em Jerusalém publicada ontem (7) também exortou à proteção tanto de israelitas como de palestinos.
“Como guardiões da fé cristã, profundamente enraizada na Terra Santa, somos solidários com o povo desta região, que sofre as consequências devastadoras de conflitos contínuos”, afirma o comunicado.
Os líderes cristãos na Terra Santa condenaram “quaisquer atos que visem civis, independentemente da sua nacionalidade, etnia ou fé” e apelaram a todas as partes para que cessem imediatamente a violência.
“A nossa fé, que se baseia nos ensinamentos de Jesus Cristo, obriga-nos a defender a cessação de todas as atividades violentas e militares que prejudicam tanto os civis palestinos como os israelenses”, afirmou.