23 de out de 2023 às 15:20
O arcebispo de Yangon, Mianmar, cardeal Charles Bo, lembrou hoje (23) aos participantes do Sínodo da Sinodalidade que Deus tem um plano para a Igreja. Portanto, “nossos caminhos e planos devem se alinhar com a Sua vontade”, disse na homilia da missa celebrada na basílica de São Pedro, no âmbito das reuniões que acontecem por causa do sínodo, que entrou na sua quarta e última semana.
O cardeal Bo, que também é presidente da Federação das Conferências Episcopais Asiáticas, disse que a “viagem sinodal” iniciada “não é uma odisseia espacial pré-programada com equações matemáticas fixas”.
Ele disse que assim como Abraão “foi chamado a entrar no desconhecido”, os participantes deste evento eclesial também são chamados a se aventurar “no desconhecido, guiados pela nossa fé inabalável”.
“Assim como a fé de Abraão o justificou, nós também somos justificados pela nossa fé crendo que Deus sempre cumpre as suas promessas (…). Quando Deus nos chama, Ele mesmo se torna nosso guia, nossa folha de rota e nosso companheiro”, disse.
O arcebispo de Yangon encorajou os participantes a confiarem que “a fé ilumina o caminho através dos momentos mais escuros e tumultuados da vida”, permitindo aos fiéis “ver a graça de Deus que penetra nas sombras”. “Como Abraão, a Igreja é chamada a ser justa, a encarnar uma viagem sinodal de fé com a convicção de que Deus nunca erra”, disse.
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“Apesar das dúvidas e ansiedades que podem nos acompanhar nesta longa marcha, podemos nos inspirar em figuras como Moisés, escolhido por Deus para ser um libertador e um modelo para todos nós. Mesmo que não cheguemos ao destino planejado, participar da viagem já é uma bênção. Compreendemos que esta viagem sinodal é intergeracional, que foi iniciada pela Igreja e que inaugura uma longa marcha de esperança para toda a humanidade, inclusive no meio da agitação global”, como os conflitos em Gaza e outras partes do mundo.
Na parte final da sua homilia, o cardeal Bo disse que uma das grandes preocupações do sínodo foi também qual é o legado que será deixado à próxima geração.
Ele falou do desafio de proteger o ambiente, cujo legado de um “mundo mais pacífico, com a criação inteira e intacta, está em perigo”.
“Nosso caminho sinodal tem a ver com curar e reconciliar o mundo na justiça e na paz. A única maneira de salvar a humanidade e criar um mundo de esperança, paz e justiça é a sinodalidade global de todas as pessoas”, disse.