24 de out de 2023 às 12:16
A arquidiocese de Sevilha celebrará no da 18 de novembro a beatificação de 20 mártires da perseguição religiosa perpetrada na primeira metade do século XX na Espanha e, sistematicamente, entre 1936 e 1939.
Os 20 mártires que serão beatificados na catedral de Sevilha pelo prefeito do Dicastério para as Causas dos Santos, cardeal Marcello Semeraro, são 10 padres, 1 seminarista e 9 leigos (dos quais um é mulher). Todos eles foram mortos por ódio à fé em 1936.
São os padres Manuel González-Serna, Francisco de Asís Arias, Miguel Borrero, Mariano Caballero, Pedro Carballo, Juan María Coca, Antonio Jesús Díaz, Rafael Machuca e José Vigil.
O seminarista mártir se chamava Enrique Palacios. Os leigos são: María Dolores Sobrino, Agustín Alcalá, Mariano López-Cepero, Gabriel López-Cepero, Cristóbal Pérez, Manuel Palacios, José María Rojas, Manuel Luque e Rafael Lobato.
A única leiga era dona de casa e colaborava com a paróquia. Entre os demais leigos estavam advogados, proprietários de terras, um farmacêutico, um sacristão e um carpinteiro. Um deles tinha um filho seminarista.
Entre os padres, muitos já tinham sofrido a violência do anticlericalismo antes da eclosão da Guerra Civil. Alguns eram educadores, outros viram suas igrejas serem queimadas.
El arzobispado de #Sevilla acoge la RuedaDePrensa en la que se ofrecen los detalles acerca de la #beatificación de veinte mártires sevillanos de la persecución religiosa en el siglo XX.#MártiresSevilla pic.twitter.com/sF8MktT0Kp
— Archidiócesis de Sevilla (@Archisevilla1) October 23, 2023
“Uma riqueza espiritual para todos”
O arcebispo de Sevilha, dom José Ángel Saiz Meneses, disse que “é um fato que somos chamados a viver num clima de fé, sobretudo, para dar graças a Deus pelo testemunho que estes nossos irmãos nos deixaram”.
Dom Sainz recordou a admiração que o testemunho dos mais de 10 mil religiosos mortos na Espanha despertou no escritor francês Paul Claudel, que disse: “Tantos mártires e nenhum caso de apostasia”.
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Ele citou o papa Bento XVI, dizendo que “pela fé os mártires deram a sua vida como testemunho da verdade do Evangelho que os transformou e os tornou capazes de alcançar o maior dom do amor com o perdão de seus perseguidores”.
O arcebispo de Sevilha também manifestou o desejo de que a beatificação destes 20 mártires “seja um evento de graça que revitalize a fé das nossas comunidades cristãs, que as torne espaços de justiça, amor e paz, também de convivência e reconciliação, porque os mártires são uma riqueza espiritual para todos”.
O arcebispo pediu "a graça e a alegria da conversão para assumir as exigências da fé" e que, "pela intercessão dos mártires e de Maria Santíssima, Rainha dos Mártires, possamos ser artífices da reconciliação na sociedade e da comunhão na Igreja".
Dimensão de martírio da vida
Dom Saiz disse que os mártires “morreram perdoando aqueles que lhes tiraram a vida” e, portanto, “são um grande exemplo para nós, que certamente não nos encontraremos na situação de dar a vida material como eles – talvez sim, mas provavelmente não – mas somos chamados a viver a dimensão do martírio da vida cristã porque 'mártir' significa 'testemunha'".
Depois falou sobre como esta dimensão do martírio pode ser vivida: “Com uma vida cristã autêntica, que aspira à santidade, que aspira à entrega total, que aspira a viver o amor a Deus e aos outros até dar a vida, se necessário".
Programa de eventos
Uma série de eventos foram programados em torno da beatificação dos mártires. No dia 10 de novembro, o bispo auxiliar de Sevilha, dom Teodoro León, dará uma conferência juntamente com o professor de História José Leonardo Ruiz. Nesse mesmo dia acontecerá uma vigília de oração na catedral. Na véspera da beatificação, foi convocado um ato de oração no seminário metropolitano de Sevilha.
Entre os dias 19 e 26 de novembro, as paróquias dos novos beatos celebrarão missas de ação de graças.