16 de nov de 2023 às 10:27
O papa Francisco recebeu hoje (16) em audiência no Vaticano os participantes do congresso intitulado “A dimensão comunitária da santidade”, promovido pelo Dicastério para as Causas dos Santos.
No seu discurso, o papa falou que “o número de beatificações e canonizações de homens e mulheres pertencentes a diferentes estados de vida aumentou nos últimos anos: casados, solteiros, sacerdotes, consagrados e leigos de todas as idades, famílias - penso aos mártires da Polônia... - origens e culturas”.
Ele falou do “chamado universal à santidade” e recordou que estes santos estão próximos de nós, são “membros das nossas comunidades, que viveram uma grande caridade nas pequenas coisas da vida cotidiana, mesmo com suas limitações e falhas, seguindo Jesus até o fim”.
Francisco falou de três aspectos da santidade: a santidade que une, a santidade familiar e o martírio.
A santidade que une
Para o papa Francisco, a santidade não é apenas “um fato pessoal”, mas também comunitário.
Ele disse que “quando Deus chama um indivíduo, é sempre para o bem de todos” e que o encontro com Jesus tem “uma dimensão comunitária”.
O papa Francisco disse que esta realidade é expressa de forma particularmente comovente por santa Teresa do Menino Jesus, que nos seus escritos “contempla a humanidade inteira como o 'jardim de Jesus'”, cujo amor abraça todas as suas flores de uma forma “inclusiva e exclusiva ao mesmo tempo”.
A santidade familiar
Segundo o papa, a Igreja nos oferece atualmente muitos exemplos deste aspecto, como “os casamentos santos, em que cada cônjuge é instrumento de santificação do outro”.
Ele citou os santos Luís e Zélia Martin, os beatos Luís e Maria Beltrame Quattrocchi, os veneráveis Tancredi e Giulia di Barolo e os veneráveis Sergio e Domenica Bernardini.
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Segundo o papa Francisco, “a santidade dos cônjuges, assim como a santidade particular de duas pessoas distintas, é também santidade comum na conjugalidade: daí a multiplicação - e não mera adição - do dom pessoal de cada um, que se comunica”.
Ele também citou a família Ulma, formada pelo casal Jozef, Wiktoria e seus sete filhos, todos mártires e recentemente beatificados na Polônia.
“Eles também nos lembram que a santificação é um caminho comunitário, que deve ser feito em pares, e não sozinhos”, disse o papa Francisco.
A santidade do martírio
Por fim, Francisco disse que “não houve período na história da Igreja que não tenha tido seus mártires até os dias de hoje".
Citou como exemplo o caso de Asia Bibi, a cristã paquistanesa que é um símbolo do sofrimento causado pela perseguição anticristã.
O papa Francisco disse que ela é “uma mulher que continua a viver, e há muitos, muitos assim, que com o testemunho dão testemunho de fé e caridade. E não esqueçamos também da nossa época que tem tantos mártires”.
Ele disse que “muitas vezes são comunidades inteiras que viveram heroicamente o Evangelho ou ofereceram a vida de todos os seus membros a Deus”.
Ele também falou dos 21 mártires coptas mortos pelo Estado Islâmico e recentemente introduzidos no Martirológio Romano que morreram dizendo “Jesus, Jesus”, na praia.
Para concluir, Francisco reiterou que todos os caminhos para a santidade estão orientados para o mesmo objetivo, “a plenitude do amor”.