17 de nov de 2023 às 09:55
Adriano Müller, de 63 anos, é filho do padre Paulo Müller, 87 anos, ambos da diocese de Novo Hamburgo (RS). Na quarta-feira (15), Adriano foi ordenado diácono permanente, em missa celebrada na catedral São Luiz Gonzaga, na presença de seu pai. “Todos os dias são iluminados por Deus, mas nesse, o Espírito Santo irradiava”, disse o diácono à ACI Digital. “O pai está muito feliz. No dia ele era completa felicidade, tanto que até lágrimas escorreram dos nossos olhos”, acrescentou.
O padre Paulo Müller foi casado e teve quatro filhos. “Fomos batizados, crismados, eu casei na Igreja Católica há 42 anos”, contou Adriano. Mas, “a dificuldade veio quando a mãe faleceu em dezembro de 1988, a casa caiu e a primeira pergunta foi: ‘O que faremos, Senhor? Como faremos sem a nossa mãe?’. O pai ficou muito triste”.
Na época, Paulo Müller era ministro extraordinário da Eucaristia. “Um dia, ele chegou e disse: ‘Filho, vou estudar para ser diácono’. Eu disse: ‘Que bom, pai, vai preencher ainda mais seu coração com Jesus’”, recordou o diácono. Tempos depois, Paulo Müller voltou a conversar com os filhos e disse que gostaria de ser sacerdote. “Para mim, foi o máximo, ter um pai padre, isso é incomum”, disse Adriano.
Em 2 de junho de 1995, Paulo Müller foi ordenado padre da diocese de Novo Hamburgo. Atualmente, ele reside na catedral São Luiz Gonzaga.
Adriano contou que ele próprio seguiu “amadurecendo como pessoa e cada vez mais na fé”. “E um dia Jesus tocou o meu coração, não que Ele não estivesse comigo porque Ele sempre esteve comigo, mas me chamou para uma missão com mais responsabilidade, ser ministro extraordinário da Eucaristia”, disse.
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Adriano atuou como ministro extraordinário da Eucaristia por 16 anos. “E, novamente, senti que tinha cumprido minha missão como ministro e poderia me dar um pouco mais na caridade”, disse. Em 2018, pediu para ser diácono permanente, foi aceito e ingressou na escola diaconal. “Depois, veio a pandemia e deu aquela esfriada no mundo todo, mas continuamos perseverando, orando e pedindo a graça de Deus”, recordou. Passada a pandemia de covid-19, Adriano continuou na escola diaconal e concluiu seus estudos em julho deste ano.
Sua ordenação estava prevista para maio do ano que vem. Mas, o bispo de Novo Hamburgo, dom João Francisco Salm, decidiu adiantar a ordenação para este mês de novembro, por causa da saúde frágil do padre Paulo Müller. “O pai está com oxigênio, tem problemas de ar, pegou covid e ficou muito debilitado. Então, ficamos receosos de que daqui a pouco o pai poderia não estar”, disse o diácono.
Adriano tem dois filhos, que também são casados, e três netos. “Eu amo o que faço e dedico o meu tempo para Jesus. Tenho a minha família na rocha do Senhor, graças a Deus. Por isso, minha dedicação a esse meu diaconato, à minha família, à Igreja, às minhas comunidades aqui da paróquia Nossa Senhora das Graças, no bairro Rondônia”, disse.
Para ele, é “uma bênção de Deus” ter na família um sacerdote e um diácono permanente. “Não tem palavras, é, cada vez mais, Jesus agindo no meio de nós, é nossa busca pela nossa santificação, todos caminhando juntos, no amor e na dor”, disse e ressaltou que “agora é alegria, mas, mesmo tendo o pai sacerdote e eu diácono, as dificuldades também batem à nossa porta. E sempre temos que ter muita coerência de vida cristã, muita sabedoria para enfrentar as tribulações”.