24 de nov de 2023 às 12:55
O escritório na Itália da fundação pontifícia Ajuda à Igreja que Sofre (ACN) informou que destinou um pacote de 190 mil euros para apoiar as comunidades cristãs em Gaza, Jerusalém Oriental e Cisjordânia, que também estão sofrendo as consequências da guerra entre Israel e o grupo terrorista Hamas.
Numa nota publicada em seu site, o escritório na Itália disse que a ajuda também se destina a migrantes cristãos e solicitantes de asilo em Israel.
Uma nova guerra no Oriente Médio começou em 7 de outubro, depois que o Hamas atacou o sul de Israel por ar, mar e terra, disparando foguetes e enviando milhares de milicianos da Faixa de Gaza. Os terroristas causaram mais de 1,2 mil mortes e sequestraram mais de 230 pessoas.
O contra-ataque aéreo de Israel e sua subsequente incursão terrestre para libertar os reféns e eliminar o Hamas também provocaram uma crise humanitária em Gaza, com mais de 1,6 milhão de desabrigados e mais de 15 mil mortos.
Nessa região, disse a nota, há cerca de mil cristãos, "a maioria dos quais está se refugiando na paróquia católica da Sagrada Família e na igreja ortodoxa grega de são Porfírio".
"Com centenas de famílias se amontoando nas igrejas, há escassez de alimentos, remédios e água", disse a nota. É por isso que uma iniciativa do Patriarcado Latino de Jerusalém está sendo apoiada para garantir a eles um suprimento constante de necessidades básicas.
As consequências na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental
Embora o conflito esteja concentrado na Faixa de Gaza, a ACN relatou que seus efeitos também estão sendo sentidos em Jerusalém Oriental, onde vivem 10 mil cristãos, e na Cisjordânia, o outro território palestino habitado por cerca de 37 mil cristãos.
Segundo a nota da fundação pontifícia, os cristãos dependem economicamente do turismo - Belém fica na Cisjordânia -, portanto, a interrupção das peregrinações e das chegadas de turistas também afeta a minoria cristã, que perdeu sua principal fonte de renda.
Os fiéis cristãos também estão sendo afetados, acrescentou a nota, pois não podem ir aos seus locais de trabalho por causa do fechamento dos pontos de entrada em Israel e a outras restrições.
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Por esse motivo, a fundação pontifícia está trabalhando com o Patriarcado Latino de Jerusalém para levar "assistência emergencial" a ambas as populações, consistindo principalmente em apoio médico, vales-alimentação e assistência de subsistência para aluguel e despesas domésticas, como água e eletricidade.
A situação dos migrantes cristãos em Israel
Em setembro de 2021, o Patriarcado Latino de Jerusalém criou o Vicariato para Migrantes e Solicitantes de Asilo (VMAS) para cuidar dos 100 mil migrantes cristãos e solicitantes de asilo que vivem em Israel.
A fundação pontifícia disse que essas pessoas têm diferentes status legais e muitas recebem salários baixos.
"Centenas de migrantes cristãos que trabalham nas áreas ao redor da Faixa de Gaza foram forçados a fugir e buscar abrigo em abrigos temporários em Jerusalém Oriental" e em cidades como Tel Aviv, "principalmente em conventos, casas de hóspedes cristãs e outras instalações da igreja".
A fundação pontifícia está, portanto, ajudando o VMAS a fornecer moradia, assistência médica e outros serviços essenciais a esses migrantes cristãos.
O escritório italiano da ACN informou que o patriarca latino de Jerusalém, cardeal Pierbattista Pizzaballa, manifestou a sua gratidão pelo apoio aos cristãos da Terra Santa neste momento de crise.
Na noite de terça-feira (21), foi anunciado um acordo entre Israel e o Hamas para um cessar-fogo de quatro dias, durante o qual o grupo islâmico libertaria 50 dos reféns em troca de 150 palestinos mantidos em prisões israelenses.
Durante os dias da trégua, espera-se que centenas de caminhões transportando ajuda humanitária, suprimentos médicos e combustível entrem na Faixa.