WASHINGTON DC, 2 de fev de 2006 às 13:33
Ativistas católicos dos Estados Unidos se opõem a um projeto de lei que obrigaria os sacerdotes a quebrar o segredo de confissão nos casos de abuso infantil. É a segunda vez que a republicana Mary Stuart Gile põe em consideração o projeto de lei HB 1127.De acordo com a lei estatal de New Hampshire, qualquer autoridade, incluindo sacerdotes, deve denunciar qualquer tipo de abuso infantil. Entretanto, existe outra lei, a RSA 516:35, que permite que um sacerdote, rabino ou qualquer líder religioso não divulgue o confiado a eles em uma "confissão ou confidência feita a ele dada sua competência como conselheiro espiritual".
William Donohue, Presidente da Catholic League, escreveu aos membros do Comitê para a Família, solicitando-lhes que não aprovem este projeto de lei e que o sindicalizem como uma intromissão na religião.
"O privilégio do sacerdote e o penitente (ao segredo de confissão) foi honrado pelas cortes há 200 anos. Nem Gile nem ninguém mais tem sequer uma pista para sugerir que o abuso infantil diminuiria se o que se ouça em uma confissão se fizesse público", afirmou e acrescentou que "o sacramento da Reconciliação está condicionado à confidencialidade, como a relação entre advogado e cliente, doutor e paciente, repórter e fonte; etc. Por todas estas razões a lei de Gile deve ser novamente rejeitada".
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Por sua vez, Diane Murphy Quinlan, chanceler da diocese de Manchester, indicou ao Comitê para a Família que a Igreja capacitou mais de doze mil leigos desde 2001 para reconhecer o abuso infantil.
"Esta capacitação estabelece que, com a limitação do sacramento da Confissão, todos os sacerdotes, diáconos e pessoal eclesiástico devem denunciar qualquer caso em que exista suspeita de abuso infantil de acordo a lei; inclusive se a informação é conhecida durante uma conversação de aconselhamento espiritual (que não seja confissão)", afirmou Quinlan.
Gile, uma conhecida advogada destes casos de abuso infantil, patrocina este projeto de lei outra vez. A primeira vez o projeto foi refutado porque existia um caso pendente na Corte, conforme explicou. Um subcomitê se reunirá outra vez na próxima semana para discutir o projeto.