MADRI, 20 de jul de 2004 às 14:26
Com a diversidade e complexidade dos casos de nulidade matrimonial processados na arquidiocese de Oviedo, o vigário judicial, o canonista Pe. Andrés Pérez, pediu uma maior exigência das pessoas que querem contrair matrimônio na Igreja Católica.
O especialista em Direito Canônico, que assumiu a direção da assumiu a direção da Pastoral Judicial em 1999 e foi ratificado em seu cargo pelo Arcebispo, Dom Carlos Osoro, através da nova organização da cúria diocesana, revelou que “em 99 por cento dos casos que levamos, referem-se a nulidades de matrimônio”.
O sacerdote fez esta petição depois de comprovar cotidianamente o alto índice de fracassos conjugais que, em algumas ocasiões, são surpreendentes: “no ano passado houve cinco casos dos 29 que recebemos que não chegaram a um mês de convivência marital, depois de anos de noivado”.
O vigário judicial comentou que a mudança de mentalidade nos jovens que decidem se casar constituía um verdadeiro problema. “As pessoas são mais imaturas, mais irreflexivas e têm menos senso de compromisso. Por isso, muitos casais rompem”.
Depois de aconselhar as pessoas que tenham decidido iniciar o processo de nulidade matrimonial a não recorrer a um advogado, -que “sempre irá tentar levar o processo adiante”-, o Padre Andrés Pérez pediu que, mais bem, assistam à pastoral “onde lhes diremos se há indícios de nulidade”.
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“70 por cento (destes indícios) costuma ser por conflitos de tipo psicológico. Por exemplo, se há um problema de drogas, alcoolismo ou ludopatia, trata-se de indícios importantes”, explicou.
O sacerdote explicou o alto índice de gente pobre que obtém a declaração de nulidade matrimonial na “justiça gratuita”, pela anexa pobreza de “outras capacidades intelectivas ou cognoscitivas” dos solicitantes. “Alguns garotos eram drogadictos e pensaram que uma maneira de conseguir dinheiro para drogar-se era o casamento, porque dão presentes. O fizeram e foi um desastre. Pediram a nulidade e a demos. Os que são pobres o são em todos os sentidos”, declarou.
O canonista esboçou também o perfil das pessoas que pedem a declaração de nulidade. “Normalmente, quem vem anular o matrimônio é aquele que tem um cônjuge pendente, bem para se casar pela Igreja ou porque estão casados e desejam fazê-lo regularmente. Em maior medida são as mulheres que solicitam. Quando o faz um homem, costuma ser porque sua esposa é mais crente”.
Sobre o “veto” que a Igreja coloca sobre um alto número de “culpados” de que o casamento seja nulo (95 por cento), o sacerdote explicou que “muitas vezes a causa que originou a nulidade continua sendo presente na pessoa. Sendo assim, ao casar-se de novo, volta a fazer um matrimônio nulo. A Igreja coloca um veto para proteger a outra pessoa e as entidades de sacramento”, indicou.
Após revelar estes detalhes, o Padre Andrés Pérez pediu ser mais exigentes a respeito dos que desejam contrair matrimônio. “Por minha parte teria que ser mais exigentes. O problema é que se um padre se nega a casar alguém, sai na Interviú e em Ana Rosa Quintana, e logo aparece um sacerdote para fazê-lo, porque tem mais vista grossa”.