MEXICO D.F., 3 de fev de 2006 às 14:57
O Secretário Geral da Conferência Episcopal Mexicana (CEM), Dom Carlos Aguiar Retes, indicou que o avanço da colaboração entre Igreja e Estado é um processo irreversível porque ambas não são instituições rivais, como sugerem alguns mitos criados da perseguição religiosa."A primeira coisa, é tomar consciência de que temos um problema histórico. As dificuldades e confrontos da "cristiada" nos levaram a pensar que somos instituições rivais que não podemos colaborar, ou nem sequer conviver", explicou o Prelado. Acrescentou que é difícil quebrar os mitos criados "porque ficam como concepção cultural".
O também Bispo de Texcoco fez estas declarações como resultado das críticas que o escritor Carlos Monsiváis fez ao Presidente Vicente Fox e ao Secretário do Governo, Carlos Abascal. O literato acusou o mandatário de não defender o Estado laico e criticou o funcionário por expressar sua fé católica.
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Dom Aguiar Retes assinalou que com o passar dos anos, as arestas "se suavizaram" até chegar à reforma constitucional de 1992, referente às liberdades de associação e de crenças religiosas.
Entretanto, explicou que ainda não se aceita "o fato de que pela primeira vez haja membros de tão alta responsabilidade, como o Secretário de Governo, com uma claríssima consciência de sua identidade católica, e que a expressa e faz explícita enquanto exerce tão alto nível de governo".
Nesse sentido, o Secretário Geral da CEM pediu aprender que "homens crentes e não crentes podem, ao mesmo tempo, compartilhar o poder".