26 de jan de 2024 às 15:39
O arcebispo de Quebec, Canadá, e membro do Conselho de Cardeais que assessora o papa Francisco, cardeal Gerald Lacroix, foi acusado de abusar de uma adolescente de 17 anos há quase quatro décadas, como parte de um processo contra sua arquidiocese.
Segundo a agência de notícias AFP, a acusação contra o cardeal canadense de 66 anos está contida em documentos mostrados pelo tribunal que julga o caso na quinta-feira (25).
A acusação remonta a 1987 e 1988, quando a suposta vítima tinha 17 anos, segundo o advogado Alain Arsenault, que está cuidando do caso contra a arquidiocese de Quebec, que começou em 2022.
O advogado disse que espera que mais vítimas se juntem ao processo, que originalmente envolvia 101 pessoas que foram supostamente "agredidas sexualmente" por padres e leigos desde 1940.
Os novos documentos, segundo a AFP, listam 46 novas supostas vítimas, elevando o número total de pessoas que estão processando a arquidiocese para 147.
A porta-voz da arquidiocese de Quebec, Valerie Roberge-Dion, disse em um comunicado que "ainda estamos em choque tentando compreender os novos acontecimentos".
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Este é o segundo cardeal acusado de abuso na arquidiocese de Quebec. Em 2022, foram divulgados documentos – relativos ao mesmo processo que foi aberto contra a arquidiocese de Quebec e envolvendo o cardeal Lacroix – acusando o cardeal Marc Ouellet, prefeito emérito do Dicastério dos Bispos na santa Sé, que serviu como arcebispo de Quebec entre 2003 e 2010.
A acusação era de uma mulher identificada como "F". Segundo AFP, em 2022, ela relatou ter sido abusada várias vezes. Ela disse que o cardeal supostamente a beijou e a tocou de forma inadequada.
Em agosto daquele ano, o cardeal defendeu sua inocência, chamou as alegações de abuso sexual de falsas e negou firmemente "ter cometido gestos inapropriados contra essa pessoa” e considerou “difamatórias a interpretação e a divulgação dessas acusações de agressão sexual”.
Em 18 de agosto de 2022, a Santa Sé emitiu um comunicado dizendo que o papa Francisco tinha determinado que não havia elementos suficientes para iniciar uma investigação canônica contra o cardeal.
Em dezembro do mesmo ano, o cardeal Ouellet anunciou que estava entrando com uma ação judicial contra a pessoa que o acusou de abuso sexual.