5 de fev de 2024 às 13:21
Hoje (5), a Igreja celebra são Felipe de Jesus, mártir, frade franciscano e missionário. Seus pais eram espanhóis, mas ele nasceu em terras mexicanas, por isso, com toda a justiça, é considerado o primeiro mártir do México.
Felipe de las Casas Ruiz nasceu em 1º de maio de 1572 na Cidade do México. Seus pais eram Alonso de las Casas, natural de Illescas, e Antonia Ruiz Martínez, natural de Sevilha. Ambos emigraram em 1571 para o vice-reino da Nova Espanha (México) logo após se casarem.
São Felipe de Jesús é o padroeiro da Cidade do México.
A figueira murcha
Uma tradição conta que Felipe era muito travesso quando criança, e que seus pais contrataram uma babá para cuidar dele.
No pomar da sua casa havia uma figueira seca. Um dia, aparentemente, Felipe fez algo que deixou a sua babá muito brava, e ela exclamou sarcasticamente: “Felipinho santo?” Sim, quando a figueira crescer, quando a figueira crescer. Curiosamente, vários testemunhos colhidos para a sua causa sugeriram que no dia da morte de Felipe a figueira da casa do seu pai floresceu.
Chamado à Missão: Manila
Felipe, ainda adolescente pediu para entrar no noviciado dos franciscanos (Ordem dos Frades Menores), mas não resistiu à austeridade e severidade das regras do convento. Então um dia ele fugiu e voltou para a casa dos pais.
Depois disso, ele trabalhou como ourives por alguns anos, mas como os ganhos eram muito pequenos, seu pai decidiu mandá-lo para as Ilhas Filipinas para tentar a fortuna.
Felipe chegou algum tempo depois à cidade de Manila, onde foi seduzido pelo ambiente saturado de arte, riquezas e prazeres. Porém, a angústia, o vazio e a falta de sentido começaram a atingir seu coração constantemente e o que antes parecia agradável ou divertido tornou-se doloroso e constrangedor. Assim, o jovem ouviu novamente a voz de Cristo: “Se queres vir após mim, renuncia a ti mesmo, toma a tua cruz e segue-me” (Mt 16,24).
Confirmado no chamado
Logo, Felipe voltaria a bater à porta dos franciscanos, desta vez em Manila, onde foi recebido e onde realmente começou o seu processo de conversão. Dedicado à oração, aos estudos e ao exercício da caridade, descobriu um mundo completamente diferente; um mundo que encheu seu coração de alegria.
Felipe assumiu assim o nome de frei Felipe de Jesus, com o qual seria incorporado à Ordem. Agora, finalmente, via-se rodeado de verdadeiros irmãos: os necessitados, os doentes e, claro, os franciscanos.
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“Sim” a Cristo
Um belo dia, frei Felipe recebeu um anúncio muito especial. Seus superiores lhe informaram que ele poderia ser ordenado sacerdote e que, por uma consideração especial seria ordenado em sua cidade natal, no México.
Junto com frei Juan Pobre e outros franciscanos, embarcou para a Nova Espanha, mas uma grande tempestade desviou o barco para a costa do Japão, onde frei Pedro Bautista e alguns outros irmãos franciscanos já faziam um árduo trabalho evangelizador.
Frei Felipe não se desanimou com o imprevisto e se lançou a evangelizar. Os esforços logo dariam frutos, e isso o enchia de ânimo. Infelizmente, as autoridades locais e a nobreza começaram a ter uma visão negativa do crescente número de conversões entre os nativos da ilha. Muitos outros japoneses também viam os missionários com desconfiança.
Uma perseguição ordenada pelo daimio Toyotomi Hideyoshi, Taikōsama, logo estouraria contra os franciscanos, os jesuítas e os cristãos em geral. Muitos leigos e religiosos foram presos e condenados à morte. Frei Felipe, que ainda não era padre e gozava da condição de náufrago, conseguiu evitar a prisão e o tormento. No entanto, rejeitou a possibilidade de partir e optou por ficar e morrer ao lado dos demais missionários franciscanos que ali residiam.
‘Já estou crucificado com Cristo’ (Gl 2, 19)
Em 5 de fevereiro de 1597, o frade foi obrigado, com outros franciscanos, jesuítas e alguns leigos, a passear pelas cidades e aldeias como zombaria pública. Ele, como o resto dos futuros mártires, teve uma orelha cortada. O grupo era formado por vinte e seis homens.
Finalmente chegaram a Nagasaki e foram levados ao Monte Nishizaka onde seriam crucificados. Penduraram frei Felipe de Jesus na cruz, segurando-o pelos pulsos e pelo pescoço, para o que usaram anéis. A que colocaram em seu pescoço fez tanta pressão que Felipe começou a sufocar. Quando ficou sem ar e sem forças, ele repetiu “Jesus, Jesus, Jesus”. Depois de um tempo, dois algozes se aproximaram e cravaram suas lanças em seu corpo. Felipe foi o primeiro do grupo a morrer. Ele tinha 25 anos.
A figueira deu frutos
São Felipe de Jesus foi beatificado, juntamente com seus companheiros de martírio, em 14 de setembro de 1627, e canonizado em 8 de junho de 1862.
Entre 1958 e 1962, foi construído no Japão o conjunto arquitetônico do Parque Nishizaka, em Nagasaki, no local onde morreram os vinte e seis mártires. O complexo é presidido pela igreja de São Felipe de Jesus e ao lado há um museu que relembra a vida e a morte do grupo de mártires.