BOGOTÁ, 7 de fev de 2006 às 17:39
O Arcebispo de Tunja e Presidente da Conferência Episcopal Colombiana (CEC), Dom. Luis Augusto Castro, exortou à guerrilha das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) a deixar de lado uma "solução armada" e optar por uma saída negociada ao conflito interno que assola ao país.Durante a abertura da Assembléia Plenária da CEC em Bogotá, Dom Castro considerou que só é possível facilitar "a iniciação de diálogos preliminares que, em seu devido momento, levem a dar passos efetivos para o cessar fogo e hostilidades, e para um processo definitivo de reconciliação e de paz".
O Arcebispo de Tunja assinalou também que "o atual momento de profunda divergência entra as FARC e o Governo do Presidente Álvaro Uribe, move-nos a lembrar aos insurgentes que a paz não se faz com os amigos, mas com os inimigos".
Recentemente, porta-vozes das FARC consideraram impossível chegar a algum acordo com o Presidente Uribe, mas não descartaram a possibilidade de negociar com o Governo o intercâmbio de seqüestrados por presos, algo que até a data não foi possível por discrepâncias entre ambas as partes sobre o melhor lugar para o intercâmbio.
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O Presidente da CEC manifestou que "a Igreja Católica mantém seu papel em vistas à busca de uma solução para o doloroso drama dos seqüestrados. Em forma discreta mas constante, como nos foi solicitado faz já vários meses, procuramos caminhos, e os seguiremos procurando assim que for necessário, para avançar no acordo humanitário".
Por outro lado, o Prelado assinalou que "o Episcopado colombiano recebe com complacência os avanços do Governo com o Exército de Libertação Nacional (ELN), segunda guerrilha esquerdista do país, e com a desmobilização de muitos redutos da organização paramilitar de ultradireita Auto-defesas Unidas da Colômbia (AUC)".
Dom. Castro precisou que a visão que a Igreja Católica tem da paz não é a de "um simples afastamento o fogo e das hostilidades", deste modo expôs que "não se pode trabalhar a favor da solução do conflito armado sem trabalhar ao mesmo tempo a favor da solução do conflito social".