Ao menos 30 cristãos teriam morrido na Faixa de Gaza desde o início dos combates entre Israel e o Hamas em outubro passado, informou esta semana a fundação pontifícia Ajuda à Igreja que Sofre (ACN).

A ACN, uma instituição de caridade cujas raízes remontam ao final da Segunda Guerra Mundial, disse num comunicado que “um total de 30 cristãos morreram desde o início do conflito” em 7 de outubro de 2023. O número vem do Escritório de Desenvolvimento de Projetos do Patriarcado Latino de Jerusalém.

O Hamas matou 1,4 mil pessoas e fez 240 reféns no seu ataque inicial a Israel. Israel deu início a uma ofensiva militar com o objetivo de destruir o Hamas, grupo radical islâmico que controla a Faixa De Gaza.

Entre os mortos estão “17 vítimas do ataque à casa paroquial ortodoxa grega em outubro de 2023, bem como as duas mulheres mortas por franco-atiradores na paróquia católica da Sagrada Família”, informou a ACN. “Outras 11 pessoas morreram de doenças crônicas que não puderam ser tratadas adequadamente”, acrescentou.

Várias crianças foram mortas no ataque à igreja ortodoxa grega em outubro. Enquanto isso, a morte das duas mulheres no ataque do franco-atirador foi recebida com indignação em todo o mundo, inclusive pelo papa Francisco.

Embora tenham sido atribuídas aos franco-atiradores israelenses, as Forças de Defesa de Israel negaram repetidamente a culpa pelas mortes das mulheres.

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Além da ameaça de escalada do conflito, uma crise humanitária persiste na região.

“A falta de combustível e de eletricidade significa que as bombas já não funcionam, por isso os moradores têm de extrair água manualmente dos poços”, disse a ACN. Entretanto, “os cuidados de saúde também atingiram níveis críticos” e até tarefas básicas como carregar celulares tornaram-se difíceis.

A ACN informou que tem trabalhado com o Patriarcado Latino de Jerusalém para “fornecer medicamentos e alimentos, bem como financiar alguns procedimentos médicos” para as pessoas presas no conflito. No entanto, “a destruição massiva de casas e infraestruturas torna incerto o futuro dos cristãos na região”, disse a fundação pontifícia.

“Diz-se que 62% das casas foram completamente destruídas e que a reconstrução durará até 2093, segundo algumas agências internacionais e das Nações Unidas ativas no terreno”, revelou um sócio do projeto à ACN.

“Com tudo isto, vale a pena perguntar: que futuro há para os cristãos neste país? O que vai acontecer? Ninguém sabe. Por favor, rezem por nós, não esqueçam o sofrimento dos cristãos nesta parte do mundo”, continuou o sócio da ACN.