“É um direito” de todos os cidadãos saber a data das eleições presidenciais previstas para este ano, disse o arcebispo de Caracas, Venezuela, cardeal Baltazar Porras, em entrevista à rádio venezuelana Éxitos ontem (15).

O presidente Nicolás Maduro ameaça antecipar a eleição presidencial, preovsta segundo a Constituição para o final do ano, para o primeiro semestre de 2024.

A medida dificultaria a participação de María Corina Machado, principal líder da oposição, na eleição. A líder do partido Vente Venezuela está impedida pelo governo venezuelano de concorrer a cargos públicos por 15 anos, mas disse que não desistirá da candidatura.

“As regras devem ser iguais para todos, caso contrário esta desigualdade gera injustiças e conflitos”, disse o arcebispo de Caracas.

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Ele também disse que as instituições públicas não podem ser usadas para tomar medidas discricionárias que beneficiem apenas um partido político porque “isso gera um clima de desconfiança e falta de credibilidade”.

“As leis e os regulamentos existem e este é um ano eleitoral”, acrescentou o cardeal Porras. Ele falou do trabalho da Igreja Católica na Venezuela para construir pontes e promover encontros entre os diversos atores da vida política do país.

Desde 2002, quando o ex-militar Hugo Chávez foi eleito presidente, a Venezuela vive em um regime autoritário de esquerda. Com a morte de Chávez, o país passou a ser governado, em 2013, por Nicolás Maduro. Tanto ele quanto Chávez venceram eleições em que os principais candidatos de oposição são impedidos de concorrer.