26 de fev de 2024 às 13:06
Em 24 de fevereiro de 2022, o exército russo invadiu a Ucrânia. Depois de dois anos de guerra, o padre ucraniano Zelinskyi, da Congregação dos Missionários Oblatos de Maria, contou à ACI Prensa, agência em espanhol do grupo ACI, como, apesar do sofrimento, os ucranianos mantêm a esperança e a certeza de que “Deus é capaz de fazer milagres”.
Para o padre, diretor da EWTN Ucrânia desde 2017, as pessoas no país “estão muito cansadas desta guerra”. Ele disse que, embora os ucranianos se esforcem para viver normalmente, “nunca se acostumarão, pois não é uma condição normal de vida".
"Não é normal quando temos alarmes aéreos todos os dias, mortes, prédios destruídos e não sabemos onde os mísseis podem cair", disse.
Uma guerra “esquecida”?
O padre Zelinskyi, que estudou no seminário da Polônia e serviu em diversas paróquias e comunidades na Ucrânia, lamenta que a eclosão de novos conflitos, como o da Terra Santa, “de certa forma tenha feito com que muitos 'esqueçam' a guerra na Ucrânia".
Ele disse que talvez seja também porque as pessoas estão cansadas de pensar nisso o tempo todo e de ajudar”.
“Estamos muito gratos de que o papa se lembra de nós quase todas as semanas e peça que rezem por nós e também queremos agradecer o apoio dos nossos meios de comunicação católicos”, disse.
Zelinskyi lembrou que a EWTN Ucrânia produziu um documentário intitulado “Luz conosco”, que mostra os primeiros meses da guerra, a luta pela paz e a resposta da Igreja.
O padre falou da necessidade da oração por parte dos fiéis e também dos sinais de solidariedade. Nas igrejas da Ucrânia, continuou, “rezamos todos os dias pela paz e estamos muito gratos a todos aqueles que continuam rezando por nós no mundo”.
Rezam pela conversão de Vladimir Putin
Receba as principais de ACI Digital por WhatsApp e Telegram
Está cada vez mais difícil ver notícias católicas nas redes sociais. Inscreva-se hoje mesmo em nossos canais gratuitos:
O padre Zelinskyi também lamentou que “parece que muitas pessoas quase perderam a esperança”, principalmente por causa da extensão do conflito, que deixou “milhares de mortos, feridos e diversos problemas dentro do país que fazem com que não vejamos o fim da guerra”.
Para ele, “a esperança é algo que nos ajuda a seguir em frente, a trabalhar, a viver, acreditando que Deus pode mudar até o pior para o bem”.
“E há muitas pessoas que são testemunhas de que a fé e a confiança em Deus as ajudam nestes tempos difíceis”, continuou.
A solução para o conflito, segundo o padre, é que “os russos deixem o nosso país e nos permitam viver em liberdade e decidir sobre o nosso futuro”.
“Mas enquanto eles não nos permitirem e quiserem ocupar o nosso país, temos que defender a nossa dignidade e liberdade e rezar pelo espírito de sabedoria de todos os líderes que podem influenciar para mudar esta situação”, disse.
“Como ucranianos, não queremos a guerra e rezamos pela conversão dos agressores”, disse. Ele também disse que Vladimir Putin “é um dos ditadores do mundo” e que rezam “pela sua conversão”.
Por fim, disse que o ato de consagração da Rússia e da Ucrânia ao Imaculado Coração de Maria, feito pelo papa Francisco em março de 2022, “fez algum bem, porque depois desta consagração os russos tiveram que deixar a região de Kiev. E acredito que isso foi possível graças à providência de Deus”.
“Então vimos o milagre”, disse. “Em meio ao sofrimento e à perda de esperança de muitas pessoas, continuamos acreditando que Deus é capaz de realizar milagres que ajudem a parar esta guerra”.
“Fazendo o possível, procuramos confiar sobretudo na providência e na ajuda de Deus”, concluiu o padre ucraniano.