Hoje (29), ou seja, só nos anos bissextos, celebra-se a memória de são Dositeu de Gaza, também conhecido como são Dositeu da Palestina, que viveu entre os séculos VI e VII.

Dositeu nasceu em berço pagão e viveu uma vida de acordo com os costumes imperiais. Sua família tinha uma posição favorável e Dositeu conseguiu entrar para o exército romano, provavelmente em Constantinopla.

Busca da verdade

A vida militar lhe deu a oportunidade de chegar à Terra Santa. Ali decidiu conhecer os lugares onde Jesus de Nazaré, o Cristo, esteve; de quem ele ouvia falar desde que era jovem. Dositeu tinha ouvido muitas histórias da boca dos servos de sua casa e, como Cristo deu exemplo de amor, colocando-se a serviço de todos, especialmente cuidando dos mais necessitados. A vida de Jesus foi exemplar, porém, ele foi condenado à morte e executado. Dositeu sabia muito bem que aqueles que n’Ele acreditavam estavam convencidos de que Ele era realmente o Filho de Deus, salvador da humanidade.

Tocado pelo testemunho de caridade e de hospitalidade que recebeu dos cristãos de Jerusalém, continuou o seu caminho até chegar o momento em que visitou o horto de Getsêmani. Lá, a sua alma se quebrantou, pensando nos sofrimentos de Deus por causa da maldade dos homens.

Getsêmani

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No Getsêmani, segundo uma antiga tradição, Dositeu ficou muito tempo contemplando uma imagem pintada que representava o julgamento final, na qual podia ver os horrores sofridos pelas almas condenadas ao inferno. De repente, ele viu uma mulher ao seu lado que lhe explicou o que aquela imagem representava. Dositeu perguntou à mulher: “Como é possível evitar os tormentos eternos?” Ela respondeu: “Jejue, não coma carne e ore constantemente a Deus”. Depois disso, ela desapareceu.

Essa mulher não seria outra senão a ‘Theotokos’, ou seja, a Mãe de Deus, Maria, que teria aparecido para ajudá-lo.

O mosteiro

Dositeu, então, deixou o exército e pediu para ser recebido no mosteiro de Gaza, local conhecido pelo rigor e pelos santos que ali viviam. Para ser aceito, Dositeu foi enviado ao Abba Doroteu, são Doroteu Abade, que o pôs a prova. O abade mandou Dositeu para a enfermaria, onde praticou a obediência cuidando dos enfermos. Depois o treinou no jejum e abstinência, diminuindo gradativamente a quantidade de suas refeições.

Isto foi de grande benefício espiritual para são Dositeu, que começou a controlar sua raiva e vanglória sob a direção de Doroteu. Depois de cinco anos de oração e exercício ascético, são Dositeu adoeceu, provavelmente de tuberculose ou de alguma doença respiratória. Pouco depois ele morreu, ainda jovem. O santo Abade Barsanufio o acompanhou até o fim dos seus dias.

Peçamos de modo especial a intercessão de são Dositeu de Gaza para que a paz seja restaurada na terra de Cristo. São Dositeu, rogai por nós!