3 de mar de 2024 às 13:58
Depois de rezar o Ângelus de hoje (3), o papa Francisco manifestou a sua profunda preocupação com o sofrimento das populações da Palestina e de Israel por causa da guerra em curso, e pediu um cessar-fogo.
“Verdadeiramente se pensa em construir um mundo melhor dessa forma, se pensa realmente em alcançar a paz? Chega, por favor! Vamos todos dizer: chega, por favor! Parem!”, disse hoje (3) na Praça de São Pedro, diante dos fiéis que o acompanhavam.
“Convido-vos a continuar as negociações para um cessar-fogo imediato em Gaza e em toda a região, para que os reféns possam ser libertados imediatamente e retornem aos seus entes queridos, que aguardam ansiosamente, e para que a população civil possa ter acesso seguro às devidas e urgentes ajudas humanitárias”, continuou Francisco.
No passado dia 29 de fevereiro, no meio do conflito que começou em 7 de outubro de 2023 entre Israel e o Hamas, mais de 100 palestinos morreram e centenas ficaram feridos quando, segundo relatos da imprensa internacional, Israel disparou fogo de artilharia contra um comboio de ajuda humanitária.
Segundo dados fornecidos pela Organização das Nações Unidas (ONU), mais de 30 mil pessoas morreram em Gaza desde o início da guerra, com milhares de outras ainda presas sob os escombros e 70 mil feridos.
Recentemente, Volker Türk, Alto Comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, disse que o lançamento de projéteis e a tomada de reféns perpetrados por grupos palestinos constituem violações do direito internacional. Também disse que todas as partes envolvidas cometeram transgressões claras das leis internacionais, incluindo ‘crimes de guerra’”.
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No seu discurso de 3 de março, o papa Francisco disse que todos os dias carrega “no coração, com dor, o sofrimento das populações da Palestina e de Israel”.
“Os milhares de mortos, feridos, desabrigados, as imagens de destruições causam dor, e isso com consequências terríveis para os pequenos e indefesos, que veem seu futuro comprometido”, disse.
Francisco recordou a urgência da situação na Ucrânia, onde a violência e a perda de vidas continuam aumentando. Perante esta situação, apelou à comunidade internacional para não esquecer o sofrimento destas pessoas: “E, por favor, não nos esqueçamos da martirizada Ucrânia, onde muitos morrem todos os dias. Há muita dor lá”.
Francisco aproveitou também a oportunidade para recordar a importância do desarmamento e da não proliferação de armas.
No contexto do próximo Dia Internacional de Conscientização sobre Desarmamento e Não-Proliferação, na terça-feira (5), ele falou do desperdício de recursos em gastos militares e a necessidade de a comunidade internacional priorizar o desarmamento como um “dever moral”.
“Quantos recursos são desperdiçados em gastos militares que, devido à situação atual, infelizmente continuam a aumentar!”, acrescentou.