4 de mar de 2024 às 15:11
Church Militant, o polêmico site católico dos EUA que durante anos manteve uma reputação de cobertura combativa e antagônica de figuras e temas católicos, vai fechar as operações no próximo mês, depois de ser condenado por difamação e ter de pagar um valor de US$ 500 mil.
O escritório de advocacia Todd & Weld, com sede em Boston, disse em um comunicado à imprensa esta semana que o Church Militant havia “concordado com uma sentença proferida contra ele no valor de US$ 500 mil” em um processo por difamação movido pelo padre Georges de Laire, vigário judicial da diocese de Manchester, New Hampshire.
O meio de comunicação publicou um artigo em 2019 intitulado “NH Vicar Changes Dogma Into Heresy” (O vigário de NH converte o dogma em heresia), no qual o autor, o canonista Marc Balestrieri, dizia “ter conversado com várias fontes anônimas que supostamente fizeram comentários negativos sobre o padre De Laire, tanto pessoalmente quanto profissionalmente”, diz o escritório de advocacia.
O padre De Laire entrou com uma ação judicial contra Balestrieri e Church Militant por causa do artigo. Ao longo do processo, tanto o escritor quanto o meio de comunicação “não conseguiram identificar uma única fonte que dissesse algo negativo sobre o padre De Laire”, disse Todd & Weld.
O escritório de advocacia alegou que o artigo foi escrito “numa tentativa de desacreditar o padre De Laire” e a diocese de Manchester.
Todd & Weld também informou no comunicado que a St. Michael’s Media, empresa matriz da Church Militant, “cessará todas as operações da Church Militant até o final de abril de 2024”.
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Church Militant não respondeu a um pedido de comentário no sábado (2), sobre os motivos do fechamento. O sócio fundador da Todd & Weld, Howard Cooper, também se recusou a especular sobre a decisão da empresa.
“Perguntas sobre o pensamento do Church Militant terão que ser respondidas por eles”, disse ele à CNA, agência em inglês da EWTN News.
No final do ano passado, o fundador do Church Militant, Michael Voris, renunciou por causa de uma violação da “moralidade”, aludindo na época às “coisas horríveis e feias” que ele havia feito, embora não tenha entrado em detalhes nesse momento.
“Eu preciso vencer esses demônios. A causa subjacente foi muito feia que eu olhe para ela”, disse ele sobre sua decisão de renunciar.
O Washington Post informou na semana passada que funcionários “reclamaram que Voris havia enviado fotos suas sem camisa para funcionários e associados do Church Militant” antes de sua renúncia.
Voris fundou a St. Michael's Media em 2006. A empresa lançou o Church Militant, originalmente intitulado Real Catholic TV, em 2008.