6 de mar de 2024 às 12:33
O carmelita italiano, padre Aurelio Gazzera, de 61 anos, foi nomeado pelo papa Francisco bispo coadjutor da diocese de Bangassou, na República Centro-Africana, no dia 23 de fevereiro. Ele conversou com a fundação pontifícia Ajuda à Igreja que Sofre (ACN) sobre os desafios do seu novo ministério.
Ele serve há 33 anos como missionário neste país, repetidamente atormentado pela violência e pelos conflitos. Em 2014, graças aos seus esforços nas negociações de paz, conseguiu que os rebeldes Seleka se retirassem da cidade de Bozoum, o que lhe valeu reconhecimento internacional.
“Como sacerdote, como pároco e como bispo, tudo o que fere ou afeta os meus irmãos também me fere. Como sacerdote, tinha a responsabilidade – e agora tenho-a ainda mais como bispo – de cuidar e proteger as pessoas que me foram confiadas”, disse.
O bom pastor, disse o padre Gazzera, “não só acompanha as suas ovelhas, mas também as defende do perigo”. Ele também disse que se esforçará para continuar promovendo o diálogo com os grupos que se rebelam contra o governo e para “ser um sinal de paz” no país.
Seu nome religioso, que adotou ao se tornar carmelita descalço, é Aurélio de São Pedro. Ele disse à ACN que a figura do príncipe dos apóstolos sempre o inspirou.
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Ele contou que para a sua ordenação episcopal escolherá o capítulo 21 do Evangelho de São João, no qual Jesus pede a são Pedro que confirme três vezes o seu amor por Ele e que apascente os seus cordeiros.
“Quero fazer desta nova etapa da minha vida um sinal deste amor por Jesus, pela Igreja e pelos meus irmãos e irmãs que me são confiados”, disse. A cerimônia será no dia 9 de junho deste ano, na catedral de Bangui.
O padre italiano disse que tem medo da sua nova missão, mas ao mesmo tempo tem uma “profunda confiança em Deus”. Para ele, a força para ser bispo não vem de si, mas de Deus, e que é o próprio Jesus quem prepara o homem e o envia.
A diocese de Bangassou fica no sudeste da República Centro-Africana, entre a República Democrática do Congo e o Sudão do Sul. Tem uma área de quase 135 mil quilômetros quadrados, quase metade do território italiano. No entanto, apenas meio milhão de pessoas vive lá.
“A zona fica muito afastada”, disse o padre Gazzera. E acrescentou que “algumas das doze paróquias também são inacessíveis de carro. Além disso, grupos armados operam em grandes áreas da diocese”.
Por último, ele disse que a situação no país continua muito difícil e instável e que a insegurança é muito elevada. “As missões também estão fechadas na diocese de Bangassou porque houve ataques nos últimos meses”, disse.
O padre Gazzera deixa o seu ministério nas mãos do Senhor e espera contar com a ajuda de toda a diocese: dos padres, dos catequistas e dos fiéis. Ele já tem seus primeiros meses como bispo planejados, mas depois disso as perspectivas são incertas. “O Senhor determinará o resto do programa”, concluiu.