11 de mar de 2024 às 10:47
A Santa Sé disse no sábado (9) que o papa Francisco não quis sugerir que a Ucrânia deveria se render à Rússia quando se referiu à "coragem da bandeira branca" em uma entrevista à televisão.
O porta-voz da Santa Sé, Matteo Bruni, esclareceu que o papa Francisco estava pedindo um cessar-fogo e negociações. Bruni disse que o papa tomou o uso do termo "bandeira branca" feito pelo entrevistador, um símbolo internacional de rendição, e acrescentou que Francisco continua esperançoso de que uma solução diplomática possa ser alcançada para uma "paz justa e duradoura".
O papa fez o comentário durante uma entrevista gravada no mês passado com a emissora suíça RSI. Partes da entrevista foram publicadas no sábado. Segundo a Reuters, a entrevista será transmitida em 20 de março.
"Creio que é mais forte quem vê a situação, quem pensa nas pessoas, quem tem a coragem da bandeira branca, para negociar", disse Francisco, segundo uma tradução dos comentários do papa em italiano, segundo o serviço de informação da Santa Sé, Vatican News, em português.
"Hoje, por exemplo, na guerra na Ucrânia, há muitos que querem fazer a mediação. A Turquia se ofereceu para isso. E outros. Não tenham vergonha de negociar antes que a situação piore", acrescentou.
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Na sexta-feira (8), o presidente turco Tayyip Erdogan se ofereceu para organizar uma cúpula entre a Ucrânia e a Rússia para pôr fim à guerra.
O papa Francisco disse na entrevista à RSI que "a palavra negociar é uma palavra corajosa".
"Quando você vê que está derrotado, que as coisas não estão indo bem, precisa ter a coragem de negociar", disse. "Negociação nunca é rendição".
O papa também reiterou sua oferta para atuar como mediador entre os dois países.
Nos últimos meses, a Rússia ganhou vantagem no terreno, na medida em que a Ucrânia fica sem munição e força humana e sua tentativa de obter ajuda militar adicional dos EUA foi paralisada no Congresso.