28 de mar de 2024 às 14:45
Mais de 20 mil pessoas participaram da Procissão do Fogaréu na cidade de Goiás (GO), na madrugada de hoje (28). A tradição recorda a prisão de Jesus no Horto das Oliveiras e tem como uma de suas marcas a figura dos farricocos, homens encapuzados carregando tochas, que representam os soldados romanos.
Antes do início da procissão, as luzes da cidade foram apagadas. À meia-noite, a procissão saiu do Museu de Arte Sacra da Boa Morte, com cerca de 40 farricocos, vestidos com túnicas coloridas e capuzes pontiagudos.
Tradicionalmente, os farricocos saem ao som de tambores, acompanhados pela multidão, em direção ao santuário Nossa Senhora do Rosário, onde é simbolizada a Última Ceia. Como Jesus já não está mais lá, os farricocos seguem rumo à igreja São Francisco de Paula, que simboliza o Horto das Oliveira. Lá, encontram Jesus, representado por uma pintura, e o prendem ao som do clarim. Depois, retornam para o Museu, encerrando a procissão.
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A procissão tem origem medieval e foi trazida para a cidade de Goiás em 1745, pelo padre espanhol João Perestrello de Vasconcelos Espíndola. Segundo o site Semana Santa na Cidade de Goiás, a tradição desapareceu no início do século XX e foi retomada em 1965, com a fundação da Organização Vilaboense de Artes e Tradições (OVAT). É considerada Patrimônio Cultural e Imaterial por meio da Lei nº 21.855, publicada no Diário Oficial do Estado (DOE) em 11 de abril de 2023.
“Nós só temos a agradecer as pessoas que mais uma vez vieram abrilhantar nossa procissão”, disse à ACI Digital o presidente da OVAT, Rodrigo dos Santos e Silva.
Para ele, a Procissão do Fogaréu é “uma forma envolvente de demonstrar o que a cidade de Goiás tem a partir de sua cultura, de sua fé, de sua religiosidade e da sua tradição”. “É responsável por atrair milhares de pessoas e, a partir daí, abre o ciclo do Tríduo Pascal na cidade de Goiás”, disse.