4 de abr de 2024 às 14:02
O papa Francisco recebeu hoje (4), no Palácio Apostólico do Vaticano, os participantes do Primeiro Diálogo entre o Dicastério para o Diálogo Inter-religioso e o Congresso dos Líderes das Religiões Tradicionais e Mundiais. Ele pediu que os participantes trabalhem pelo respeito pela diversidade, pelo cuidado com a criação e a promoção da paz.
No dia 14 de setembro de 2022, o papa Francisco viajou para a capital do Cazaquistão, Nur-Sultan, para encerrar a 7ª edição deste congresso, tornando-se o primeiro papa a participar no evento.
No seu discurso de boas-vindas, no dia 4 de abril, o papa Francisco falou da necessidade de os membros deste congresso “apoiarem o cultivo da harmonia entre religiões, etnias e culturas”.
Para conseguir isso, o papa falou de três aspectos necessários: o respeito pela diversidade, o compromisso com a "Casa comum" e a promoção da paz.
Respeito pela diversidade
O papa Francisco definiu este aspecto como um “elemento indispensável na democracia”, que “deve ser constantemente promovido”.
Ele disse ainda que o fato do Estado ser “secular” contribui muito “para criar harmonia”.
“Obviamente, estamos falando de uma laicidade santa, que não mistura religião e política, mas as distingue para o bem de ambas, e que ao mesmo tempo reconhece o papel essencial das religiões na sociedade, a serviço do bem comum”, disse.
Francisco também disse que “a paz e a harmonia social são promovidas, no seu modelo, pelo tratamento justo e igualitário das diferentes componentes étnicas, incluindo religiosas e culturais, no que diz respeito ao trabalho, ao acesso a cargos públicos e à participação na vida política e social do país, a fim de que ninguém se sinta discriminado ou favorecido por causa de sua identidade específica”.
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Proteger a criação
Referindo-se ao tema escolhido para ser discutido no congresso: “A nossa casa comum: um dom divino que deve ser amado e cuidado”, o papa Francisco recordou as suas próprias encíclicas Laudato si' e Laudate Deum, sobre o cuidado da casa comum e a crise climática.
Segundo o papa, “o respeito pela criação é uma consequência indispensável do amor pelo Criador, pelos irmãos e irmãs com quem compartilhamos a vida no planeta e, especialmente, pelas gerações futuras, para as quais somos chamados a transmitir uma herança a ser salvaguardada, não uma dívida ecológica a ser paga”.
Promoção da paz
Finalmente, Francisco lamentou que “a retórica da guerra está de novo na moda” e disse que, “enquanto se espalham palavras de ódio, as pessoas morrem na brutalidade dos conflitos”.
Por isso, o papa disse que “é preciso falar de paz, sonhar a paz, dar criatividade e concretude às expectativas de paz, que são as verdadeiras expectativas dos povos e das pessoas”.
Ele convidou os membros deste congresso a fazerem “todos os esforços possíveis neste sentido, em diálogo com todos”.
“Que este encontro no respeito pela diversidade e com a intenção de se enriquecerem mutuamente seja um exemplo para não ver no outro uma ameaça, mas um dom e um interlocutor precioso para o crescimento recíproco”, pediu o papa Francisco.