TÓKIO, 20 de jul de 2004 às 17:35
Outrora apontado como o país modelo em matéria de controle de natalidade, o Japão está agora vendo a maneira de reverter a grave diminuição da natalidade e o envelhecimento acelerado que, segundo as últimas estatísticas, poderia reduzir a população do país à metade.
Segundo o Ministério da Saúde japonês, a taxa de fecundidade de 2003 foi de 1,29 filhos por mulher, o ponto mais baixo na história do Japão e muito longe da taxa de 6.25 necesária para a reposição populacional.
Com esta taxa, os demógrafos estimam que em 2050 a população japonesa retrocederá de 127 milhões a 100 milhões, em 2100 passará a 64 milhões e em uns poucos séculos mais se extinguirá.
Segundo Tetsuo Yoshioka, diretor do Departamento de Natalidade do Ministério da Saúde, a razão desta queda populacional é o aumento dos casamentos tardios, o dramático aumento dos solteiros e a queda sustentada –desde 1990- da procriação em casais casados.
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Entre 1975 e 2000, os homens não casados entre 25 e 29 anos passaram de 48,3% a 69,3%; e cresceu mais que o dobro entre as mulheres, passando de 20,9% a 54%.
Segundo Junko Sakai, autora da obra “Diminuição da Natalidade” (2003), a tendência reflete no crescente individualismo da sociedade japonesa: “As mulheres se fizeram mais individualistas e os homens se negam a sacrificar sua liberdad em troca do matrimônio e da paternidade”.
Em uma tentativa de reação, o governo japonês adotou uma lei de “ajuda ao desenvolvimento das novas gerações” a fim de “dar novamente vontade de ter filhos” e “favorecer a emancipação dos jovens” mediante umas 30 normas que alentarão a ajuda aos pais de famílias com mais de um filho e permitirão às mulheres conciliar o trabalho com a vida familiar.