50 mil pessoas foram às ruas de Varsóvia, Polônia, ontem (14), para a Marcha Nacional pela Vida, em defesa dos nascituros diante de algumas propostas legislativas que buscam aprovar o aborto na terra do querido papa são João Paulo II.

A porta-voz da Marcha, Lidia Sankowska-Grabczuk, foi quem informou o número de participantes no evento, no dia em que a Conferência Episcopal da Polônia pediram a todas as paróquias que rezassem pelos nascituros em todas as missas.

 

Sob o lema “Longa vida à Polônia”, o evento foi organizado pela Fundacja św. Benedykta (Fundação São Bento) e foi patrocinado pela Conferência Episcopal Polonesa, entre outras organizações.

Na marcha que começou ao meio-dia (horário local) na Praça do Castillo e terminou por volta das 14h30, os participantes levaram cartazes com mensagens como “Matar ou não matar, essa é a escolha”, “Eu escolho a vida”, “Juntos pela vida”, “Amem os dois”, entre outras.

Outro momento que emocionou os participantes foi quando o som do coração de um nascituro foi tocado nos alto-falantes, o que animou ainda mais as famílias, jovens, freiras e padres presentes.

A marcha foi transmitida pela Rádio Maria na Polônia, EWTN Polska (Polônia), TV mn e W Realu 24, entre outras.

O padre Piotr W. Wisniowski, diretor espiritual da EWTN Polska, comentou que a Marcha Nacional pela Vida ocorreu "exatamente no 1058º aniversário do Batismo da Polônia e no dia nacional desse importante evento, estabelecido pelo parlamento polonês há cinco anos".

 

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Antes da marcha, o arcebispo de Gdańsk, dom Tadeusz Wojda, presidente da Conferência Episcopal Polonesa, disse que “a vida é um dom de Deus e, como tal, é um direito inalienável de todo ser humano, por isso deve ser protegida e apoiada em todas as fases do seu desenvolvimento”.

“O respeito pela vida, que pertence aos valores mais importantes, é um dos deveres fundamentais de todo ser humano”, acrescentou.

Sobre a Marcha Nacional pela Vida, ele disse que é “uma manifestação de respeito pela vida concebida, de aceitação desta vida no amor e de expressão de gratidão pelas dificuldades da parentalidade, dando aos filhos a oportunidade de crescer e desenvolver-se”.

O debate sobre o aborto na Polônia

Segundo a CNN, depois de um debate de dois dias, os legisladores do parlamento polonês votaram quatro propostas na sexta-feira (12), uma das quais devolveria a lei do aborto ao seu estado anterior a 2020, quando foi aprovada uma medida que quase o proíbe completamente no país.

Até antes disso, o aborto era permitido em casos de estupro ou incesto, se a vida da mãe estivesse em perigo ou se houvesse anomalias no feto.

As propostas aprovadas incluem também uma do partido do primeiro-ministro Donald Tusk, que permitiria o aborto até 12 semanas de gravidez. Contudo, para que isto acontecesse seria necessário o aval do presidente da Polônia, o católico Andrzej Duda.

O ex-presidente da conferência episcopal polonesa, dom Stanislaw Gadecki, recordou recentemente que o artigo 38 da Constituição polonesa “garante a proteção jurídica da vida de cada ser humano”, fato confirmado pelo Tribunal Constitucional no seu acórdão de 28 de maio de 1997.