LIMA, 14 de fev de 2006 às 15:00
O Arcebispo Emérito de Paraná, Dom Estanislao Karlic, presidiu uma multitudinária Eucaristia nesta capital para comemorar o quinto aniversário de falecimento de Germán Doig Klinge, quem fora Vigário Geral do Sodalício de Vida Cristã e Coordenador Geral do Movimento de Vida Cristã.Na igreja Nossa Senhora da Reconciliação, o Arcebispo argentino lembrou o testemunho de vida cristã de Germán e sua intensa busca da verdade. "Germán buscou conhecer a verdade sobre o homem em sua cultura. Buscou conhecer seu o Peru e a América Latina, a sua América e a seu mundo", assinalou Dom Karlic.
Do mesmo modo, evocou seu notável interesse pela cultura, a pastoral latino-americana e a significativa contribuição de suas reflexões sobre as conferências do episcopado latino-americano. "Nesses estudos aprendeu a fazer seu o intuito de Deus sobre nossos povos, manifestado no magistério de seus pastores, que lia mais de uma vez, para acompanhá-los com sua humildade e sua sabedoria no serviço", afirmou.
"Hoje queremos celebrar o amor de Deus em Germán. Queremos meditar sua sabedoria, queremos meditar seu amor, queremos meditar sua pessoa, e assim entender o mistério de sua morte, como devemos procurar entender o mistério da Morte de Jesus, para entender nossa própria morte e assim entender a vida. Porque da Morte de Jesus, e só da Morte de Jesus e sua Ressurreição entendemos nossa morte e nossa vida", disse o Arcebispo a Luis Fernando Figari, fundador da Família Sodálite, familiares, amigos e membros desta família espiritual.
Dom Karlic se referiu também à "sabedoria de Germán". "A inteligência humana, mais ainda quando está iluminada pela fé, tem sede da verdade, de toda a verdade, e só descansa na verdade de Deus", indicou.
"Germán não se satisfez em conhecer muitas coisas. Quis conhecê-las em profundidade. 'Non multa, sed multum', dizemos em latim. Por isso quis experimentar longamente, deixar-se falar pelo mistério de Deus e sua misericórdia, deixar-se falar pelo mistério do homem, de seu amor, de sua liberdade, de seu mérito e seu pecado, da necessidade de reconciliação como pessoa e como humanidade. deixou ganhar o coração por Maria, luz e candura, depois de Cristo, para a humanidade e a história", acrescentou.
Também assinalou que "a harmonia da pessoa de Germán começava na verdade de suas convicções, ‘somos imagem de Deus'. A pessoa de Germán era rica de Deus e rica de humanidade".
"O lema de Germán –lembrou o Prelado– era: ‘Para mim a vida é Cristo'. Quanta verdade divina! Quanta verdade humana! A maior verdade que podemos pronunciar desde nossa pobre humanidade". "Sua personalidade era na verdade harmoniosa, harmoniosa porque procedia da harmonia do Pai, porque era procedente da harmonia do Filho e de seu Amor", expressou.
Receba as principais de ACI Digital por WhatsApp e Telegram
Está cada vez mais difícil ver notícias católicas nas redes sociais. Inscreva-se hoje mesmo em nossos canais gratuitos:
O Arcebispo, que conheceu bem quem fora Vigário do Sodalitium, destacou sua sensibilidade com toda pessoa e sua maturidade na fé que o levou a meditar a partir dela sem temor à morte. "Amou a vida, por isso meditou sobre a morte. Preparou-se, sempre, para fazer de sua vida um passo à glória", afirmou. "Ele fez de sua vida uma liturgia, da verdade de sua fé, sua esperança e caridade. Germán viveu consciente de que a vida é amar, amar a Deus como Ele nos ama em Cristo, amar ao próximo como Cristo nos amou. Sabia que amar é dar, dar-se e imolar-se, todos os dias, em todo momento. O tempo, podemos dizer, é a capacidade de amar, a possibilidade de amar. O tempo que temos é a possibilidade de dar-se e imolar-se como Cristo se imolou".
"Nesse mesmo Cristo queremos viver este momento, para assim imitar o Senhor, como o imitou Germán, com a esperança de nos encontrar com ele no Coração do Jesus, junto à Maria, aos Santos, e aos anjos", concluiu o Arcebispo.
Sua vida
Germán Doig, reconhecido evangelizador e pensador peruano, foi chamado à Casa do Pai aos 43 anos de idade, em 13 de fevereiro de 2001, depois de um intenso trabalho a serviço da Igreja. O jornal vaticano L'Osservatore Romano o evocou na ocasião de sua morte como "Apóstolo da Nova Evangelização".
Germán Doig Klinge nasceu em Lima em 22 de maio de 1957. Foi Vigário Geral do Sodalitium Christianae Vitae desde 1992, e Coordenador Internacional do Movimento de Vida Cristã desde 1985. Do mesmo modo, foi iniciador e diretor do Instituto Vida e Espiritualidade e da editora de mesmo nome, assim como da revista de reflexão VE, desde 1985. Como convidado especial do Papa João Paulo II, Germán Doig participou da IV Conferência Geral do Episcopado Latino-americano em São Domingos, em 1992. Anos depois, em abril de 1996, foi nomeado pelo Santo Padre membro do Pontifício Conselho para os Leigos.
Do mesmo modo, participou como auditor da Assembléia Especial para o Sínodo da América celebrada no Vaticano, de 16 de novembro aos 12 de dezembro de 1997. Em 1999 a Pontifícia Comissão para a América Latina encarregou-o de dar no Vaticano uma conferência sobre as "Conferências Gerais do Episcopado Latino-americano", da qual era o mais reconhecido especialista.