10 de mai de 2024 às 08:00
Quando a fisioterapeuta Heloísa Helena Priori chegou a Petrópolis (RJ), aos 18 anos, em 1998, encontrou sua primeira acolhida no Trono de Fátima, um monumento que teve o mesmo arquiteto do Cristo Redentor, no Rio de Janeiro (RJ), Heitor da Silva Costa. “Nossa Senhora de Fátima sempre fez parte da minha vida e, quando vim aqui no Trono e olhei para Nossa Senhora Fátima e vi a imagem dela sorrindo, ali, eu me senti acolhida por Nossa Senhora dentro dessa cidade que eu não conhecia, não conhecia ninguém”, disse à ACI Digital.
Natural de São Gonçalo (RJ), Heloísa participava de uma paróquia dedicada a Nossa Senhora de Fátima. “Quando vim morar aqui em 1998, um dos primeiros lugares que vim conhecer em Petrópolis foi o Trono de Fátima e fiquei maravilhada com o tamanho da escultura de Nossa Senhora de Fátima”, disse.
História do Trono de Fátima
O Trono de Fátima é um monumento localizado no alto de uma colina de Petrópolis. Foi construído em 1947, inaugurado em 13 de outubro daquele ano, data que recorda a última aparição de Nossa Senhora em Fátima, Portugal. Mas, a imagem da Virgem foi entronizada somente em 1951.
O Trono de Fátima tem 14 metros de altura. A imagem de Nossa Senhora de Fátima pesa 4 toneladas e tem 3,5 metros. O anjo Gabriel que fica sobre a cúpula mede 1 metro de altura. As duas imagens foram esculpidas em mármore branco, na Itália, pelo escultor Enrico Arrighini.
A cúpula se apoia sobre sete colunas, que representam os sete dons do Espírito Santo: sabedoria, entendimento, conselho, fortaleza, ciência, piedade e temor de Deus. Essas mesmas colunas seguem até o subsolo, onde está uma capela dedicada a Nossa Senhora de Fátima.
O monumento foi idealizado pelo franciscano frei João José Pedreira de Castro (1896-1962), natural de Petrópolis e um dos tradutores da Bíblia Ave-Maria. “A inspiração que moveu Frei João José para tal empreitada permanece misteriosa. Pode ter sido até mesmo resultado de uma promessa a Nossa Senhora, diante de seu frágil estado de saúde”, diz o site da paróquia Sagrado Coração de Jesus, dos franciscanos de Petrópolis. Ele sofria de diabetes e, anos antes, médicos na Alemanha tinham dito que o frei teria pouco tempo de vida, o que não se concretizou.
O frei João José Pedreira de Castro era filho dos servos de Deus Jerônimo de Castro Abreu Magalhães e Zélia de Bulhões Pedreira Magalhães, que tiveram o processo de beatificação abertos na arquidiocese do Rio de Janeiro em janeiro de 2014.
O Trono de Fátima é administrado pela Congregação Mariana da Anunciação e São José, de Petrópolis. Além do monumento e da capela, o espaço conta também com uma sala de ex-votos, lanchonete e tem uma vista ampla da cidade.
Local de devoção
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“O Trono de Fátima se tornou um dos locais que mais atraem turistas em Petrópolis, é um dos pontos turísticos. Mas, nós, congregados marianos, valorizamos mais o fato de ser um santuário – embora não seja um oficialmente, mas vemos como um santuário, um local de peregrinação, de oração, de encontro com Deus”, disse o presidente da Congregação Mariana de Petrópolis e guardião do Trono de Fátima, Agnes Dalzini.
Ele recordou que, em 2022, por ocasião dos 75 anos do Trono, o então bispo de Petrópolis, dom Gregório Paixão, “consagrou a diocese ao Imaculado Coração de Maria no Trono de Fátima”.
Segundo Dalzini, depois da pandemia de covid-19, a congregação encontrou certa “dificuldade para manter” o espaço. Por isso, atualmente, abre apenas aos sábados, domingos e feriados. Mensalmente, recebe “uma média de 2 mil pessoas”. “Agora, em maio, recebemos quase 10 mil pessoas, porque há muitos devotos”, acrescentou.
No primeiro fim de semana de maio, a fisioterapeuta Heloísa Helena esteve no local com seu marido José Silvino Priori e as filhas Ana Carolina e Maria Fernanda Priori, algo que costumam fazer com frequência.
“Esse gesto [de iniciar o mês de maio aos pés de Nossa Senhora de Fátima] é um gesto de gratidão a Ela e de muito carinho e para mostrar para as pessoas que ainda não conhecem esse amor de Mãe que a gente sente, para que possam valorizar esse amor de Mãe, essa Mãe de Jesus que nos ama com tanto amor como amou a Jesus”.
Heloísa contou que toda a família é devota de Nossa Senhora e recordou um episódio em que sentiram de perto o “amor de Mãe”. Quando Maria Fernanda, hoje com 12 anos, tinha apenas 4 anos, “sofreu uma invaginação intestinal”, distúrbio caracterizado por uma obstrução intestinal, e precisou passar por uma cirurgia. “Nessa época, ela com somente quatro aninhos, indo para a se internar, a irmã chorando muito – porque foi uma situação difícil para nós – e ela abraçou a irmã e disse: ‘Ana, acaso não sabe que sou da Imaculada?’”.
“Quando ela abraçou a irmã e disse essas palavras, eu senti ali Nossa Senhora tomando conta da minha filha e hoje ela está aí aos 12 anos de idade e muito grata a Nossa Senhora pela intercessão dela em nossas vidas. Sou muito feliz por ser filha de Nossa Senhora, ser mariana, ser consagrada a Nossa Senhora”, disse.
Por isso, completou, “esse mês de maio, para nós, é um mês muito especial, é um mês de muita gratidão a Nossa Senhora, pelo carinho que ela tem por nós”.
Todos os meses, no dia 13, é celebrada missa votiva a Nossa Senhora de Fátima no Trono de Fátima. E, em maio, é celebrada a grande festa. A programação vai começar no sábado (11), quando o local estará aberto das 9h às 18h e, às 16h, será rezado o rosário. No domingo (12), o espaço também estará aberto no mesmo horário e, às 12h, será rezado o ofício da Imaculada.
Na segunda-feira (13), dia de Nossa Senhora de Fátima, haverá missas às 10h, 15h e 20h. A programação também contará com o ofício da Imaculada às 7h, Regina Coeli às 12h, rosário às 17h e procissão luminosa às 19h. A procissão sairá do Teatro Mariano e subirá a colina por um percurso chamado Caminho do Rosário.
Àqueles que vão ao Trono de Fátima, Agnes Dalzini deixa um conselho: “Que busquem com o coração aberto, com o coração repleto de agradecimento, porque Nossa Senhora é aquela que está disposta a interceder e a mediar as diversas graças que seu povo precisa. E rezem o terço, a oração do terço é fundamental. Um católico mariano, aquele que ama Nossa Senhora, tem devoção a Ela, tem que colocar no coração o desejo profundo de rezar o terço, agradar Nossa Senhora e, assim, agradar a Deus também. Esse é o caminho para a felicidade, a paz, para as bênçãos de Deus”, concluiu.