Maria nos pede hoje o mesmo que pediu aos pastorinhos há 107 anos, diz cardeal Omella em Fátima

13 de mai de 2024 às 10:15

“O que Maria nos diz hoje? O mesmo que disse no Evangelho e o mesmo que disse aos pastorinhos Francisco e Jacinta, há 107 anos, aqui na Cova da Iria”, disse ao arcebispo de Barcelona, Espanha, cardeal Juan José Omella, que celebrou hoje (13) a missa da peregrinação internacional aniversária, no santuário de Fátima, Portugal. Dom Omella destacou que entre os pedidos de Nossa Senhora estão a oração e o sacrifício.

O arcebispo disse que os cristãos “não podem perder essa grande virtude da oração, do diálogo de coração a coração com o Senhor, pessoal e comunitariamente”. Ele destacou “a oração mais simples”, que é o terço, “o Pai-nosso, a oração dos filhos de Deus, e a saudação à Virgem, pedindo pelo mundo, pela salvação de todos nós”.

“A segunda coisa que a Virgem nos pedia e nos pede hoje”, acrescentou, “é orar pela paz”. “Quantos países estão em guerra, quantas famílias estão em guerra, quantos corações estão divididos e estão em guerra”, disse, recordando que o papa Francisco costuma falar em uma terceira guerra mundial em pedaços. “Rezemos pela paz no mundo: na Ucrânia, Rússia, na Terra Santa, na África, na América, na Ásia, quantos países precisam e reclamam a paz”, completou.

Segundo o cardeal Omella, “essa oração pessoal, essa oração pela paz no mundo, só se consegue com o sacrifício”. “Não deixemos de fazer sacrifício também pela salvação do mundo, dos pecadores e pela paz no mundo”, pediu.

O arcebispo de Barcelona também recordou o Sínodo da Sinodalidade e pediu que se viva a unidade na Igreja. “Vivam unidos, viam a fraternidade. Uma Igreja dividida, uns contra os outros, que não está em volta do papa, de Jesus Cristo, em volta de todos os irmãos, se não estamos unidos, capazes de nos ajudarmos e perdoarmos uns aos outros, não evangelizaremos”, disse.

O cardeal Omella também participou na noite de ontem (12) da celebração da Palavra e d procissão luminosa no santuário de Fátima. Ele incentivou os milhares de peregrinos a se colocar “sob o olhar, os olhos de misericórdia” de Nossa Senhora. “Não tenhamos medo de lhe apresentar tudo, os pedidos que nos fizeram, os nossos próprios”.

Depois da procissão, no recinto de oração, o cardeal convidou todos a rezar pela paz e a “conversão dos pecadores”.

Os números no santuário de Fátima

Segundo o santuário de Fátima, na noite de ontem, 250 mil peregrinos participaram do momento de oração na Cova da Iria. Os números oficiais de hoje ainda não foram divulgados.

Para esta peregrinação internacional aniversária, o santuário recebeu a inscrição de 186 grupos organizados de peregrinos, provenientes de 34 países.

Em coletiva de imprensa ontem (12), o reitor do santuário de Fátima, padre Carlos Cabecinhas, disse que houve um aumento de 26,5% no número de peregrinos entre janeiro e abril, em relação a 2023. “É, efetivamente, um crescimento significativo, sobretudo porque estamos a falar dos meses em que a afluência a Fátima é menor”, disse.

Segundo o padre Cabecinhas, nos primeiros quatro meses do ano, foram contabilizados 1.023.680 participantes nas 304 celebrações na Cova da Iria.

O reitor contou que os dez países com o maior número de grupos estrangeiros de peregrinos são Espanha, Polônia, Itália, EUA, Brasil Coreia do Sul, Filipinas, México, Croácia e Ucrânia.

O padre Cabecinhas admitiu que a situação na Terra Santa pode ter “influência” no número de peregrinos estrangeiros, além de uma “recuperação” pós-pandemia.

O bispo de Leiria-Fátima, dom José Ornelas, concordou que o aumento do número de peregrinos se deve da “normalização” da vida pós-pandemia. Mas, disse não acreditar “que seja simplesmente uma moda”, porque “em cada um destes peregrinos há uma busca”.