22 de mai de 2024 às 13:48
Depois de cinco anos, foram concluídos os trabalhos de conservação de duas túnicas que, segundo a devoção e tradição católica, pertenceram aos apóstolos são Pedro e são João Evangelista. Os Museus Vaticanos transmitem amanhã (23) uma conferência pelo YouTube sobre as relíquias.
As túnicas foram encontradas na capela pontifícia do Sancta Sanctorum, no topo da Escada Santa no palácio de Latrão. Lá, em 1903, o papa Leão XIII deu autorização ao padre jesuíta francês Florian Jubaru para abrir o antigo cofre datado do século IX que guardava várias relíquias sob o altar principal.
As investigações do padre Jubaru se concentraram na cabeça de santa Inês, que estava entre os objetos sagrados. Porém, dois anos depois, outro jesuíta, o alemão Hartmann Grisar, conseguiu investigar novamente o tesouro contido no baú, descobrindo nele as túnicas dos Apóstolos.
Em 1905, o papa são Pio X ordenou que a coleção de relíquias fosse trasladada do Sancta Sanctorum ao museu sacro da Biblioteca Apostólica Vaticana e, em 1999, o papa são João Paulo II pediu que os objetos sagrados ficassem sob custódia dos Museus Vaticanos, que guardam o tesouro do Sancta Sanctorum até hoje.
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As relíquias ficarão expostas à devoção dos fiéis, depois de um longo processo de conservação e restauro levado a cabo por Emanuela Pignataro, que informou aos meios de comunicação da Santa Sé que as peças foram minuciosamente desinfectadas para eliminar partículas estranhas acumuladas ao longo dos séculos.
“Hoje, os mantos são oferecidos à vista com um aspecto mais natural e tridimensional: serão expostos na Sala Degli Indirizzi di Pio IX, a primeira sala que se encontra ao sair da Capela Sistina, ao lado da Capela de São Pedro Mártir, onde estão preservados os relicários mais preciosos do Sancta Sanctorum”, segundo o serviço de informação da Santa Sé Vatican News.
Luca Pesante, diretor do departamento de artes decorativas dos Museus Vaticanos, disse que em 2019 – ano em que começaram as restaurações – “a túnica de são Pedro estava em muito mau estado, em parte devido à sua composição original; A outra túnica, mais sólida e resistente, exigiu um restauro totalmente diferente.”
Pesante também destacou que o tesouro do palácio de Latrão “era o mais admirável conjunto de relíquias preservadas em toda a Europa” e que “pequenos fragmentos de relíquias para devoção pública e privada” foram retirados de ambas as peças ao longo do tempo.