“Gostaria de parar um pouco para agradecer a Deus pelo testemunho de martírio que deu, nestes últimos dias, um grupo de católicos do Congo, do Kivu do Norte", disse o papa Francisco aos participantes da assembleia geral das Pontifícias Obras Missionárias no Vaticano em 25 de maio.

Segundo o jornal L'Osservatore Romano, da Santa Sé, os 14 católicos foram mortos em Kivu do Norte por membros da milícia Forças Democráticas Aliadas, afiliada ao grupo terrorista Estado Islâmico.

“Foram degolados, simplesmente porque eram cristãos e não queriam se converter ao Islã”, acrescentou Francisco.

Segundo um relatório da organização de defesa da liberdade religiosa International Christian Concern (ICC, na sigla em inglês), as Forças Democráticas Aliadas também atacaram a aldeia cristã de Ndimo, no Estado de Ituri. O ICC disse que 11 cristãos foram executados com facões e rifles em 13 de maio, vários outros foram sequestrados e algumas casas foram incendiadas.

Segundo a ICC, o bispo de Butembo-Beni, dom Melchisedec Paluku, condenou os assassinatos e elogiou a resiliência dos cristãos.

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“A resiliência e a coragem demonstradas pelos aldeões face a tal adversidade são uma prova do seu espírito inabalável e determinação para reconstruir as suas vidas no meio de uma tragédia inimaginável”, disse dom Paluku.

“O descarado desrespeito pela vida e dignidade humana demonstrado por esses extremistas sublinha a necessidade urgente de medidas de segurança reforçadas e esforços robustos de contraterrorismo para salvaguardar civis inocentes de tais atos brutais de violência”, disse o bispo.

A diocese de Butembo-Beni enfrenta o aumento do terrorismo islâmico há vários anos. Depois de um atentado à bomba na Igreja Católica Emmanuel-Butsili na cidade de Beni em 2021, dom Paluku disse que “está em curso um projeto de grande escala para islamizar ou expulsar as populações nativas” da região.

“Qualquer pessoa que tenha sido sequestrada por esses grupos terroristas e conseguido escapar deles com vida contou a mesma história. Eles tiveram que escolher entre a morte e a conversão ao islã”, disse ele, ao acrescentar que “não se passa um dia sem que pessoas sejam mortas”.