Em sua catequese na audiência geral de hoje (5), o papa Francisco refletiu sobre a liberdade que o Espírito Santo concede, que “não é a liberdade de fazer o que se quer, mas a liberdade de fazer livremente o que Deus quer” e “exprime-se no serviço, pois é no serviço que há a verdadeira liberdade”.

Diante dos fiéis reunidos na praça de São Pedro, no Vaticano, o papa lembrou o nome pelo qual o Espírito Santo foi conhecido desde o início: “Ruach, que significa sopro, vento, respiro”.

Segundo o papa, este nome “contém a primeira revelação fundamental sobre a pessoa e a função do Espírito Santo”, pois “a imagem do vento serve sobretudo para manifestar o poder do Espírito Santo”.

O papa disse que “o vento é uma força impetuosa, uma força indomável, capaz de mover até os oceanos” e Jesus coloca em evidência “outra caraterística do vento, a da sua liberdade”.

Nesse sentido, o papa Francisco disse que “o vento é a única coisa que não pode absolutamente ser limitada, que não pode ser ‘engarrafada’, nem encaixotada” e advertiu que tentar fazer isso “significa perdê-lo, anulá-lo ou reduzi-lo a um espírito puramente humano” e que o mesmo ocorre “em desejar encerrar o Espírito Santo em cânones, instituições, definições”.

O papa disse que a liberdade concedida pelo Espírito Santo “trata-se de uma liberdade muito especial, deveras diferente da que é geralmente entendida”.

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“Não é a liberdade de fazer o que se quer, mas a liberdade de fazer livremente o que Deus quer! Não é a liberdade de praticar o bem ou o mal, mas a liberdade de praticar o bem e de o fazer livremente, isto é, por atração, não por obrigação. Em síntese, liberdade de filhos, não de escravos”, disse Francisco.

“Trata-se de uma liberdade que se manifesta naquilo que parece ser o seu contrário, exprime-se no serviço, pois é no serviço que há a verdadeira liberdade”, disse.

Francisco lembrou que são Paulo Apóstolo diz que muitas vezes a liberdade se torna um “pretexto para a carne”, e apresenta uma lista “sempre atual” das suas consequências: “Fornicação, impureza, devassidão, idolatria, feitiçaria, inimizade, discórdia, ciúme, dissensões, divisões, facções, invejas, bebedeiras, orgias e coisas semelhantes”.

“Onde encontramos esta liberdade do Espírito, tão contrária à liberdade do egoísmo?”, perguntou o papa.

“A resposta está nas palavras que, um dia, Jesus dirigiu aos seus ouvintes: ‘Se o Filho vos libertar, sereis verdadeiramente livres’”, disse Francisco.

“Peçamos a Jesus que, mediante o seu Espírito Santo, faça de nós homens e mulheres verdadeiramente livres. Livres para servir, no amor e na alegria”, rezou o papa ao concluir a audiência geral.