6 de jun de 2024 às 10:35
Ao final da audiência geral de ontem (5), o papa Francisco saudou na praça de São Pedro uma freira de 81 anos que, há 56 anos, atende pessoas com tendências homossexuais e pessoas que se identificam com o sexo diferente do natural em Roma.
Segundo o serviço de informações da santa Sé, Vatican News, trata-se da irmã Geneviève Jeanningros, religiosa das Irmãzinhas de Jesus, que troca cartas com o papa há alguns anos.
A freira – que vive em uma caravana no Luna Park de Ostia Lido com outra freira chamada Anna Amelia, para servir a pessoas com tendências homossexuais e que se identificam com o sexo diferente do natural – diz que o que lhe interessa é "ir onde a Igreja acha mais difícil ir".
"Neste mundo vemos todos os tipos de pessoas passarem e o coração se abrir, somos todos pessoas humanas, não se pode ter um julgamento rigoroso", disse a irmã Jeanningros.
No encontro com o papa, a freira foi acompanhada por Ada, que celebrou seu aniversário e recebeu um terço como presente do papa.
A freira disse ao Vatican News que, há algum tempo, a família de um médico homossexual americano, a quem teria sido negado um funeral católico por causa de suas tendências homossexuais, pôde cumprimentar o papa Francisco, que os abençoou; mas que finalmente "partiu em todos os sentidos".
A primeira ajuda do papa Francisco
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A freira disse que uma das primeiras ajudas que receberam do papa veio pelo esmoleiro apostólico, o cardeal Konrad Krajewski. "Pedimos ajuda e ele veio com uma caminhonete cheia de coisas. Se você também precisa (que a gente pague) contas, traga, ele nos disse. Fiz isso para meus amigos no Luna Park, Don Andrea (um padre amigo) para a comunidade trans: cerca de 40 ou 50, muitos sul-americanos, mais de um argentino”.
A irmã Geneviève disse que, depois dessa ajuda e de outras relacionadas à saúde, "as mulheres então disseram: queremos agradecer ao papa Francisco! Dissemos a nós mesmos: mas como eles serão recebidos? Não tive dúvidas sobre o papa, mas em geral... Sabe, há um pouco de preconceito. Eu entendo, hein. Eu também tinha quando era jovem, mas depois de conhecer as pessoas, você vê a sensibilidade delas. Você chora e ri com elas".
"O papa nos recebeu, nem sei como descrever! Eles amam muito porque é a primeira vez que um papa acolhe pessoas trans e gays. Agradecem-lhe porque finalmente encontraram uma Igreja que lhes estendeu a mão", continuou a freira.
A polêmica sobre as declarações do papa Francisco sobre homossexuais
Segundo o Vatican News, a relação próxima não teria sido afetada pelo vazamento das declarações do papa sobre "viadagem demais em certos seminários", com o pedido de não aceitar mais padres com tendências homossexuais – algo pelo qual ele se desculpou mais tarde –, embora dias depois tenha encorajado um jovem italiano homossexual, expulso do seminário, a continuar com sua vocação.
"Talvez no início tenha havido um pouco de sofrimento, mas ao olhar para trás eles riram e disseram: não é bem assim. O papa ama os pequenos, certamente não os rejeita", disse a freira, que voltará para a audiência geral da próxima quarta-feira (12) com dez pessoas, sete delas com tendências homossexuais.