10 de jun de 2024 às 15:57
Pouco tempo depois do papa Francisco se opor à possibilidade de um diaconato feminino ordenado, dois cardeais alemães disseram publicamente que apenas homens podem ser ordenados ao sacerdócio.
"As mulheres não podem ser chamadas a esse cargo", disse o cardeal Gerhard Ludwig Müller ao portal suíço kath.ch na sexta-feira (7). "O sacerdote representa Cristo em sua masculinidade".
O cardeal alemão, que foi prefeito da Congregação – agora Dicastério – para a Doutrina da Fé de 2012 a 2017, enfatizou os fundamentos teológicos e doutrinários dessa visão, ao dizer que a proibição da ordenação sacerdotal de mulheres está profundamente arraigada no próprio sacramento.
Müller, que lecionou teologia dogmática na Universidade Ludwig Maximilian de Munique, enfatizou "a igualdade fundamental de todas as pessoas em seu relacionamento pessoal com Deus", sejam elas homens ou mulheres.
Assim como "um homem não pode se tornar mãe e uma mulher não pode se tornar pai", apenas os homens são chamados ao sacerdócio, disse Müller, segundo CNA Deutsch, agência em alemão do grupo EWTN, a que pertence ACI Digital.
"A vocação vem de Deus. Seria preciso reclamar com o próprio Deus que ele criou os seres humanos como homem e mulher", disse.
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Ao citar as palavras do papa Francisco sobre a natureza do sacerdócio em Querida Amazônia, Müller enfatizou que a "Igreja não pode ser representada por um homem porque ela é mulher e Maria, a Mãe de Deus, é seu arquétipo. É da natureza do sacramento que só um homem pode representar Cristo em relação à Igreja".
Segundo CNA Deutsch, os pronunciamentos do cardeal alemão se seguem aos do arcebispo de Viena, o cardeal Christoph Schönborn.
Em um sermão na Universidade Católica ITI, em Trumau, Áustria, em 1º de junho, Schönborn disse estar "profundamente convencido de que a Igreja não pode e não deve mudar isso, porque deve manter o mistério das mulheres presente de forma não adulterada".
"Todos nós nascemos de uma mulher. Isso sempre se refletirá no mistério da Igreja", disse.
Como Müller, Schönborn afirmou a doutrina de são João Paulo II de que a ordenação de mulheres violaria um princípio eclesiológico fundamental.
“Portanto, para que seja excluída qualquer dúvida em assunto da máxima importância, que pertence à própria constituição divina da Igreja, em virtude do meu ministério de confirmar os irmãos (cfr Lc 22,32), declaro que a Igreja não tem absolutamente a faculdade de conferir a ordenação sacerdotal às mulheres, e que esta sentença deve ser considerada como definitiva por todos os fiéis da Igreja”, declarou o papa são João Paulo II ao citar a doutrina tradicional da Igreja na carta apostólica Ordinatio sacerdotalis.