Membros da Comissão das Conferências Episcopais da União Europeia (COMECE) divulgaram ontem (10) um comunicado no qual refletem sobre os resultados das recentes eleições para o Parlamento Europeu.

O vencedor das eleições do domingo (9) foi o Partido Popular Europeu e os resultados refletem um crescimento da direita na Europa e uma perda generalizada de votos de esquerda.

Segundo os membros da COMECE, que nos dias que antecederam as eleições incentivaram os cidadãos a exercerem o seu direito de voto, as eleições foram "um grande exercício de democracia".

Em mensagem divulgada ontem, também lembraram que mais de 370 milhões de cidadãos de 27 países diferentes participaram.

A COMECE disse que se mantém "uma maioria pró-europeia" no Parlamento e que os eleitores manifestaram "o seu apoio ao projeto europeu e um forte desejo de mais Europa". Segundo os membros do da comissão, isso "é uma boa notícia".

No entanto, destacaram que a ida às urnas nestas eleições foi de cerca 50%, um valor que "ainda é insuficiente" e que indica "uma persistente falta de interesse e falta de compromisso entre os cidadãos da União Europeia".

Segundo o comunicado, esse baixo envolvimento, “combinado com o forte aumento de partidos nacionalistas e eurocéticos, especialmente nos países fundadores da União Europeia, manifesta uma forte insatisfação com o desempenho da UE”.

Ao concluir, os membros da COMECE disseram que os resultados destas eleições “exortam-nos a todos, especialmente aos eurodeputados recém-eleitos e aos futuros comissários, a trabalhar para reduzir o fosso percebido entre a União Europeia e os seus cidadãos”.

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Os membros da COMECE reiteram a necessidade de dar aos europeus "respostas adequadas às suas reais preocupações".

O resultado das eleições também foi comentado de forma particular pelo arcebispo de Dijon, França, dom Antoine Hérouard, vice-presidente da COMECE. Ele disse que os votos refletem "o descontentamento contra os governos atuais em muitos países".

Dom Antoine se dirigiu aos políticos e lembrou-lhes que "estão a serviço de toda a Europa e não apenas defendendo interesses particulares".

O arcebispo destacou que "o resultado não significa que tenhamos que nos curvar à lógica de um certo número de partidos definidos como de extrema direita ou populistas".

“As insatisfações expressas nas eleições devem ser levadas em conta no exercício da maioria, que surgirá por meio da eleição dos principais líderes", acrescentou dom Antoine.

O bispo disse que certas questões como a proteção da vida, os direitos dos trabalhadores ou o apoio aos países mais pobres devem continuar a ser uma prioridade na Europa e os valores europeus "encorajados pela Igreja".