MADRI, 17 de fev de 2006 às 14:41
O Bispo de Málaga, Dom Antonio Dorado, comentou a primeira Encíclica do Papa Bento XVI "Deus Caritas Est" e afirmou que "amar é a atitude que nos faz mais humanos e maiores, mas não é tarefa fácil, porque nosso coração está tentado pelo egoísmo, o orgulho e o desejo de dominar".Para o Prelado, não é freqüente escutar as afirmações que faz São Paulo em sua carta sobre o amor e "uma interpretação enviesada desse amor pôde induzir a uma submissão e a uma resignação nas relações do casal, que nada a que ver com o Evangelho".
"O amor evangélico, é nossa meta –assegurou Dom. Dorado– mas somos humanos e vivemos com os pés na terra". Do mesmo modo, o Bispo de Málaga considerou que "a paciência, o perdão e a compreensão, que são dimensões fundamentais do amor evangélico, não podem servir para submeter ao outro, diminuir sua dignidade e impedir seu desenvolvimento harmonioso, porque o amor só é tal quando nos dignifica e nos ajuda a ser livres".
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O Prelado lembrou as palavras do Papa Bento XVI: "A pessoa também não pode viver exclusivamente do amor oblativo, descendente. Não pode dar exclusivamente e sempre, também deve receber. Quem quer dar amor, deve por sua vez recebê-lo como dom".
"Estas palavras, cheias de sabedoria e realismo, são um toque de atenção para os maridos a quem lembra que o amor precisa ser exercitado a cada dia mediante gestos mútuos, singelos e carregados de ternura, que facilitam a alegria de dar a vida pelo outro e a percepção de sentir-se queridos", destacou Dom Dorado e acrescentou que "o amor não nasce do esforço da vontade, mas sim se recebe como dom gratuito e aumenta à medida que se dá de mãos cheias".