O bispo de Arlington, Virgínia, dom Michael Burbidge, chefe do Comitê de Atividades Pró-Vida da Conferência dos Bispos Católicos dos EUA (USCCB, na sigla em inglês), expressou decepção com a decisão de ontem (13) da Suprema Corte dos EUA que permite que a pílula abortiva mifepristona continue disponível, ao citar os riscos à saúde das mulheres, bem como a preocupação com a vida dos nascituros.

A decisão unânime de ontem (13) da Suprema Corte dos EUA considerou que os demandantes não tinham legitimidade legal para processar a Food and Drug Administration (FDA, órgão do governo federal dos EUA), que emitiu os regulamentos que tornaram a pílula abortiva amplamente disponível.

"Sabemos que foi uma decisão processual, e não falamos sobre a legalidade final da pílula abortiva, mas ainda é muito decepcionante porque agora a pílula abortiva continua muito disponível", disse o bispo à CNA, agência em inglês do grupo EWTN, a que pertence ACI Digital.

Como presidente do Comitê de Atividades Pró-Vida da USCCB, Burbidge fez um apelo para que os católicos rezem para que a Suprema Corte dos EUA fique ao lado dos grupos médicos pró-vida que contestam a regulamentação da FDA.

A FDA permite que o medicamento abortivo mifepristona seja administrado para abortos químicos até a décima semana de gestação.

A ação também contestou a desregulamentação do medicamento pelo FDA, que permitia que ele fosse prescrito sem consulta médica presencial e distribuído pelo correio.

“A tristeza de uma mulher só por estar sozinha, desacompanhada – não acho que as pessoas tenham consciência dos efeitos nocivos. É porque amamos as mulheres que estamos preocupados que esta pílula continue tão acessível”, disse Burbidge na assembleia geral de primavera da USCCB no Omni Louisville Hotel, em Louisville, Kentucky.

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Um estudo publicado pela USCCB cita preocupações de segurança com a pílula abortiva, incluindo sangramento, infecções e até a morte. O estudo diz que a taxa de efeitos adversos de abortos químicos é de mais de 5%, o que é quatro vezes maior do que com abortos cirúrgicos no primeiro trimestre.

Dom Burbidge disse que a conferência episcopal vai continuar a concentrar seus esforços em ajudar as mulheres necessitadas e educar as pessoas sobre as preocupações de segurança da pílula abortiva, acrescentando que as mulheres não escolheriam fazer um aborto se tivessem o apoio de que precisam.

"Vamos acolhê-las, esperançosamente, acompanhá-las, amá-las, provê-las de todas as maneiras possíveis", disse ele, acrescentando que o programa  Walking with Moms in Need (Caminhando com Mães Necessitadas, em tradução livre) ampliou as opções para mulheres grávidas que enfrentam situações difíceis.

Dom Burbidge disse que ele e seus colegas bispos não desistiram da luta legal contra a pílula abortiva.

"Vamos certamente buscar outras maneiras, outros meios de garantir que continuemos a levantar isso como uma questão e a desafiar a legalidade e a segurança desta pílula abortiva", disse Burbidge.

"Disseram que os médicos pró-vida não tinham legitimidade para entrar com a ação. Bem, vamos continuar buscando formas de contestar essa decisão", disse o bispo.