O Conselho das Conferências Episcopais da Europa (CCEE) se reúne esta semana em Madri, Espanha, a fim de abordar a dimensão sinodal das conferências episcopais, sob o tema "O serviço dos episcopados europeus no dinamismo entre unidade e diversidade".

Segundo a Conferência Episcopal Espanhola (CEE), as sessões de trabalho, que começaram ontem (17) e seguem até hoje (18), começaram com as saudações do Núncio Apostólico na Espanha, dom Bernardito Auza; do presidente da CCEE, dom Gintaras Grušas; do secretário geral do Conselho, Martin Michalíček; e do secretário geral da CEE, dom Francisco César García Magán, como anfitrião, que apresentou uma reflexão sobre a situação da Igreja Católica na Espanha.

O encontro conta com a participação de 29 secretários gerais de diferentes conferências episcopais.

As apresentações que enquadram o desenvolvimento dos grupos de trabalho foram feitas pelo decano da Faculdade de Teologia da Universidade Eclesiástica San Dámaso, Madri, Gabriel Richi Alberti, que falou sobre “Comunhão, Participação e Missão: As Conferências Episcopais como Expressões Sinodais”; e pela irmã Estelle Mical Sogbou, da Comunidade Chemin Neuf em Bonn, Alemanha, que falou sobre “Sinodalidade como Experiência Ecumênica”.

Em uma coletiva de imprensa, o presidente do Conselho das Conferências Episcopais da Europa, dom Gintaras Grušas, disse que "no processo sinodal em andamento, o papel das conferências episcopais continentais está se tornando mais importante" e que seu principal objetivo é "adaptar a proclamação do Evangelho à Europa de hoje", para o que é necessária a cooperação entre os bispos.

Dom Grušas disse que o recente resultado das eleições para o Parlamento Europeu, em que alguns partidos mantiveram posições céticas e fora do politicamente correto e com um forte caráter patriótico, deve-se a um desvio do plano original dos fundadores da União Europeia.

"Os fundadores perceberam que havia questões a serem resolvidas localmente e outras centralmente. E, com o passar do tempo, vemos que cada vez mais áreas são levadas para a tomada de decisões centralizada em Bruxelas, em vez de serem deixadas para os Estados-membros decidirem. Parte da reação é encontrar o equilíbrio certo entre os dois", disse.

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Sobre a questão da migração, dom Grušas disse que "o Santo Padre repetiu em várias ocasiões que devemos abordar as necessidades dos migrantes em nível humano, com respeito e estando preparados para cuidar deles".

O presidente da CCEE disse que a União Europeia "deve continuar tentando resolver os problemas de migração não apenas dentro da Europa, mas também olhando para os países onde há problemas a serem resolvidos", em referência aos países de origem daqueles que migram para a Europa.

Respondendo sobre a recente exclusão do aborto como um direito em uma declaração após a reunião do G7 na Itália, que contou com a presença do papa Francisco, dom Grušas enfatizou a preocupação "com o inverno demográfico que a Europa está experimentando", e disse que "o futuro da Europa depende da cultura da vida".

A invasão da Ucrânia pela Rússia é também uma das questões de maior preocupação para os membros da CCEE. Entre eles estão representantes das Conferências dos Bispos Católicos da Federação Russa e da Ucrânia, bem como do Sínodo dos Bispos da Igreja Católica Grega na Ucrânia.

Segundo dom Grušas, os membros do CCEE colaboram a partir de uma perspectiva católica e, nesse sentido, tem havido cooperação no campo do cuidado pastoral relacionado ao conflito.

Os representantes ucranianos falaram com os russos sobre sua preocupação com os deportados para a Sibéria. Os russos "que já tiveram essa experiência há 50 ou 70 anos, disseram: 'Estamos procurando por eles. Se vocês tiverem informações sobre para onde eles foram deportados, mobilizaremos nossos padres para garantir que eles tenham assistência pastoral nessa situação tão difícil".