21 de jun de 2024 às 15:48
O bispo de Butembo-Beni, República Democrática do Congo, dom Melchisédech Sikuli Paluku, fez um chamado ao governo do país para que ponha fim à onda de violência que já matou cerca de 150 pessoas, segundo a fundação pontifícia Ajuda à Igreja que Sofre (ACN).
A violência na República Democrática do Congo aumentou desde o início de junho com uma série de ataques em cidades do leste do país, na região de Baswagha-Madiwe, pela organização terrorista muçulmana Forças Democráticas Aliadas (ADF), que jurou lealdade ao Estado Islâmico.
A mensagem de dom Sikuli, enviada à ACN, é “de denúncia, compaixão e anúncio”. O bispo denuncia os assassinatos cometidos “contra uma população pacífica, indefesa e insegura”, os sequestros de pessoas “das quais hoje não há vestígios” e os estupros de meninas e mulheres.
Na área, informa a fundação pontifícia, o grupo terrorista islâmico “incendiou casas, instalações médicas, lojas e veículos”. A grande maioria dos moradores de Baswagha-Madiwe fugiu para regiões mais seguras.
O bispo fez um “apelo às autoridades do país para que ponham fim à provação de todo o povo congolês e, em particular, da população da diocese de Butembo-Beni, um calvário que já dura há muito tempo nesta região martirizada”.
“A vida vencerá a morte”
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Para dom Sikuli, é um dever denunciar estas graves violações da dignidade humana, diz a ACN. O bispo pede “em nome da dignidade infinita de cada ser humano, criado à imagem e semelhança de Deus”, que a tragédia pare.
“Não podemos separar a fé da defesa da dignidade humana, nem a evangelização da promoção de uma vida digna, nem a espiritualidade do compromisso com a dignidade de todos os seres humanos”, acrescenta o bispo.
Por fim, dom Sikuli disse que “com a mobilização de todos os congoleses, o bem triunfará sobre o mal, a vida vencerá a morte e a verdade aniquilará finalmente a mentira”.
O papa Francisco também manifestou a sua tristeza no dia 16 de junho pela complicada situação na República Democrática do Congo, recordando os cristãos assassinados e fazendo um chamado à paz.
A fundação pontifícia diz que desde o início de 1990 esta região do país tem sido atingida por “violentas incursões de milícias rebeldes”. O grupo terrorista muçulmano está envolvido em operações militares e massacres na região de Beni, no Kivu do Norte, onde atuam numerosos grupos armados.
Vários meios de comunicação locais disseram, segundo a ACN, que uma mensagem online do Estado Islâmico diz que um dos ataques de junho no Kivu do Norte teve como objetivo atacar cristãos.