24 de jun de 2024 às 09:08
O arcebispo Georg Gänswein, que foi secretário pessoal de Bento XVI, será núncio apostólico na Lituânia, Estônia e Letônia, informou hoje (24) a Sala de Imprensa da Santa Sé.
Embora vários meios de comunicação tenham noticiado em abril passado sobre esta nova missão de embaixador do arcebispo alemão, que é prefeito emérito da Casa Pontifícia, só hoje chegou a confirmação da Santa Sé.
Depois da morte de Bento XVI, o futuro de dom Gänswein foi alvo de rumores em Roma e na Igreja na Alemanha durante meses.
Antes de se despedir do Vaticano, depois que Francisco lhe pediu que saísse do mosteiro Mater Ecclesiae, onde morou por 28 anos, ele teve três encontros privados com o papa.
Finalmente, em 15 de junho de 2023, a Santa Sé confirmou que o arcebispo retornaria à sua diocese natal de Friburgo, no sudoeste da Alemanha, onde está desde junho de 2023 sem nenhuma missão fixa.
Tensões entre dom Gänswein e o papa Francisco
Receba as principais de ACI Digital por WhatsApp e Telegram
Está cada vez mais difícil ver notícias católicas nas redes sociais. Inscreva-se hoje mesmo em nossos canais gratuitos:
Em janeiro de 2023, logo depois da morte de Bento XVI, dom Georg Gänswein publicou as suas memórias sob o título Nada Mais que a Verdade: a Minha Vida com Bento XVI, no qual contou detalhes desconhecidos sobre o pontificado do cardeal Joseph Ratzinger.
No livro também relatou algumas das tensões que teve com o papa Francisco, chegando inclusive a dizer que Francisco tinha perdido a “confiança nele” quando em 2020 lhe concedeu uma licença como prefeito da Casa Pontifícia sem justificar publicamente essa medida.
No livro escrito pelo jornalista espanhol Javier Martínez-Brocal, intitulado O Sucessor. Nas minhas memórias de Bento XVI, o papa Francisco disse que o arcebispo demonstrou “falta de nobreza e humildade” com a publicação do seu livro.
“Que no dia do funeral seja publicado um livro que me deixa chateado, que conta coisas que não são verdade, é muito triste. É claro que isso não me afeta no sentido de que não me condiciona. Mas me machucou que Bento XVI tenha sido usado”, disse o papa Francisco.
No livro, o papa Francisco também disse que, apesar de ter tido um bom relacionamento com o papa emérito, “o seu secretário às vezes dificultava as coisas para mim”.