“Os casamentos entre pessoas de religiões diferentes não devem ser uma oportunidade para converter o cônjuge”, disse o papa Francisco hoje (26), ao receber em audiência um grupo de muçulmanos de Bolonha, Itália.

“Jesus nos ensinou a acolher-nos uns aos outros como irmãos”, disse o papa em seu discurso.

Segundo o papa, isso “se aplica sobretudo a nós, cristãos, judeus e muçulmanos, que adoramos o Deus Único e que nos referimos, embora de forma diferente, a Abraão como pai na fé”.

Para o papa, no mundo de hoje, “o nosso testemunho de fraternidade é indispensável e muito valioso”.

Nós “que tivemos o dom desta pertença religiosa, somos chamados a ser abertos e acolhedores para com aqueles que não a compartilham, porque são, como todos nós, membros da única família humana”, disse o papa. “O diálogo sincero e respeitoso entre cristãos e muçulmanos é um dever para aqueles de nós que desejam obedecer à vontade de Deus”.

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“Com efeito, a vontade de um Pai é que os seus filhos se amem, se ajudem e que, caso surja alguma dificuldade ou mal-entendido entre eles, cheguem a um acordo com humildade e paciência”, disse.

Para que este diálogo seja possível, disse que é necessário “o reconhecimento efetivo da dignidade e dos direitos de cada pessoa”, especialmente o da “liberdade de consciência e de religião, o que significa que cada ser humano deve ser plenamente livre no que diz respeito a suas opções religiosas”.

“Cada crente deve sentir-se livre para propor – nunca impor! – a própria religião a outras pessoas, crentes ou não”, disse o papa.

“Isto exclui qualquer forma de proselitismo, entendido como exercício de pressão ou ameaças; deve rejeitar qualquer tipo de favores financeiros ou de trabalho; não deve tirar vantagem da ignorância das pessoas”, continuou ele.

“O mundo, especialmente neste momento histórico, precisa de crentes coerentes e fortemente comprometidos com a construção e manutenção da paz social e mundial”, concluiu o papa Francisco.