As ex-freiras clarissas cismáticas de Belorado teriam expulsado Pablo de Rojas, que se faz passar por bispo e nobre espanhol, e José Ceacero, que se faz passar por padre, de mosteiro que ocupam.

Os jornais espanhóis ABC e La Razón dizem que esta decisão foi tomada depois de uma reunião na segunda-feira (24) no Mosteiro de Belorado com representantes dos assessores jurídicos das ex-freiras.

A arquidiocese de Burgos, em resposta às perguntas da ACI Prensa, agência em espanhol do grupo ACI, diz que foi informada desta circunstância através dos meios de comunicação.

Desde 13 de maio, quando decidiram publicar o manifesto sedevacantista e declarar a sua saída voluntária da Igreja Católica, incorrendo no crime de cisma ao colocarem-se sob a tutela de Pablo de Rojas, as ex-freiras tinham impedido a entrada de padres no local.

Desde então, através do Instagram, tanto as ex-freiras como o falso bispo têm publicado diversas imagens que mostram como celebram os seus ritos.

Segundo o jornal ABC, “alguns familiares relatam que várias das ex-religiosas pedem explicações para esta mudança repentina de opinião da ex-abadessa, Laura García de Viedma, já que foi ela quem levou estas duas pessoas para Belorado e que agora as expulsa deixando a comunidade sem atendimento espiritual”.

O jornal La Razón diz que a saída dos únicos membros conhecidos da chamada Pia União de São Paulo Apóstolo não constitui um sinal de possível arrependimento por parte das ex-freiras cismáticas.

Ao contrário, eles tentariam se estabelecer como uma associação civil para tentar reivindicar a propriedade dos mosteiros de Belorado e Orduña.

Na segunda-feira (24), o arcebispo de Burgos, dom Mario Iceta, Comissário Pontifício para a resolução do caso, mandou que as ex-freiras saiam do Mosteiro de Belorado e disse que já tinha mandado Pablo Rojas e José Ceacero saírem há algumas semanas.

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Sem ter estabelecido um prazo, dom Iceta considerou que seria razoável que fosse no início de julho: “seremos pacientes, mas a paciência também chega a um momento em que precisa ser transformada em ações que avaliaremos de acordo com os acontecimentos”, disse.

Pagamentos urgentes da Comissão de Gestão nomeada pelo comissário pontifício

A arquidiocese de Burgos informou hoje (26) que a Comissão de Gestão nomeada pelo comissário pontifício assumiu “pagamentos urgentes, de valor superior a 20 mil euros, para responder às necessidades imediatas dos mosteiros de Burgos”.

Segundo a arquidiocese, na noite de ontem (25), a ex-abadessa Laura García de Viedma teria enviado “várias contas e folhas de pagamento de funcionários” à cúria.

Os documentos de cobrança relativos aos “serviços prestados antes da nomeação do comissário pontifício, no valor total de cerca de 11 mil euros, relativos à manutenção elétrica, embalagens e matérias-primas para a produção de produtos de confeitaria, serão tratados com quem os emitiu”, diz a arquidiocese.

No entanto, as “contas de serviços e insumos básicos” e aquelas que correspondem a “serviços pré-contratados considerados necessários à vida cotidiana da comunidade” serão tratadas sem demora.

Serão pagas onze folhas de pagamento “no valor aproximado de 9,8 mil euros, além das correspondentes obrigações de seguro social”.

Para cobrir essas quantias, e por causa da falta de dinheiro nas contas correntes controladas pelo comissário pontifício, a Federação das Clarissas de Nossa Senhora de Aránzazu fará uma disponibilização de fundos, como já anunciou dom Iceta na segunda-feira (24).

Finalmente, a arquidiocese reitera que a ex-abadessa está obrigada a enviar à Comissão de Gestão "toda a informação econômica, trabalhista e fiscal necessária" para realizar sua tarefa.