2 de jul de 2024 às 14:52
O fundador dos missionários e das missionárias da Consolata, o beato José Allamano, vai ser canonizado no dia 20 de outubro, dia mundial das missões. O milagre reconhecido pela Santa Sé que levará à sua canonização aconteceu na diocese de Roraima, onde missionários de sua congregação estão presentes desde 1948.
O milagre por intercessão do beato José Allamano foi recebido pelo indígena Yanomami Sorino, que mora na missão Catrimani, reserva indígena do povo Yanomami em Roraima. O bispo de Roraima, dom Evaristo Pascoal Spengler, contou a história do milagre, em uma carta por ocasião do anúncio da canonização do beato Allamano.
Em 7 de fevereiro de 1996, o indígena Sorino foi atacado por uma onça, “que feriu gravemente a sua cabeça, abrindo-lhe a caixa craniana”. Ele foi socorrido pelas missionárias da Consolata que trabalhavam na missão Catrimani e o levaram para o hospital de Boa Vista (RR).
Era o primeiro dia da novena ao bem-aventurado José Allamano. “As missionárias ofereceram a novena nesta intenção e por intercessão do Pai Fundador, Sorino recuperou milagrosamente a saúde em poucos meses e ainda hoje vive em sua comunidade indígena”, contou dom Evaristo Spengler.
A carta do bispo de Roraima foi publicada ontem (1), depois do consistório ordinário público para a canonização de novos santos, que aconteceu no Vaticano, quando foi anunciada a data de 20 de outubro para a canonização.
Dom Evaristo Spengler disse que a diocese recebeu a notícia “com alegria”. “O anúncio da canonização do beato José Allamano é um momento de júbilo para a família Consolata, de consolidação da opção evangelizadora da missão Catrimani, de confirmação da história de aliança da nossa diocese de Roraima com os povos indígenas e motivo de bênçãos e esperanças para a nossa diocese que celebra 300 anos de evangelização nessas terras de Macunaíma”, disse.
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Além do beato José Allamano, serão canonizados no dia 20 de outubro os beatos: Manuel Ruiz López e sete companheiros; Francesco, Mooti e Raffaele Massabki; Marie-Léonie Paradis; e Elena Guerra.
O beato José Allamano
José Allamano nasceu em 21 de janeiro de 1851, em Castelnuovo D’Asti, Itália. Era sobrinho de são José Cafasso. Era o quarto de cinco filhos e seu pai morreu quando tinha três anos.
Em Turim, onde passou sua vida, iniciou os estudos ginasiais no Oratório de Dom Bosco. Segundo biografia publicada no site do Instituto Missões Consolata, “dom Bosco descobriu no garoto, de apenas 11 anos, excelentes qualidades para torná-lo um membro da Sociedade Salesiana, mas o jovem Allamano tinha outro ideal: ‘Deus me chama agora... não sei se me chamará outra vez, dentro de três ou quatro anos!’, diz aos seus irmãos - e ingressa no Seminário Diocesano de Turim”.
Foi ordenado padre em 20 de setembro de 1873, aos 22 anos. Foi professor de Teologia, reitor do Colégio Eclesiástico e reitor do santuário de Nossa Senhora Consolata em Turim, por 46 anos.
“Tinha projetos para o mundo. Com saúde frágil, impossibilitado de partir para as missões enviou outros em nome da Consolata”, diz sua biografia. Em 29 de janeiro de 1901, obteve a aprovação para o Instituto Missões Consolata dos padres e irmãos. Nove anos depois, em 29 de janeiro de 1910, fundou em Turim outro instituto para as missões, o das irmãs Missionárias da Consolata.
O padre José Allamano morreu em Turim, em 16 de fevereiro de 1926, junto ao santuário de Nossa Senhora Consolata. Foi beatificado em 7 de outubro de 1990.