Relíquias de santa Teresinha visitam o presídio de Caratinga em Minas Gerais

2 de jul de 2024 às 15:51

Detentos do presídio de Caratinga receberam as relíquias de santa Teresinha do Menino Jesus na sexta-feira (28). A urna contendo um fêmur e ossos do pé da santa da pequena via chegou à diocese de Caratinga (MG) na terça-feira (25) e partiu hoje (2) para a diocese de Cariacica (ES).

Detentos, policiais penais e funcionários do presídio veneraram as relíquias. O bispo de Caratinga, dom Juarez Delorto Secco, acompanhou a visita e abençoou as instalações e os detentos, que prepararam rosas para esse momento. As rosas abençoadas serão entregues por eles aos familiares dos presos.

Para o diretor do presídio, Gustavo Henrique Nespoli, a visita das relíquias foi “um momento muito especial, considerando a história de santa Teresinha e o que o sistema prisional representa para a sociedade em si”.

Em meio ao “preconceito e à exclusão, quando a gente foca no amor, no cuidado, na evolução do ser humano, na crença da misericórdia de Deus para com as pessoas a gente se emociona e fica muito feliz”, disse ele em declarações à Doctum TV na sexta-feira (28).

Segundo o site da diocese de Caratinga, a peregrinação das relíquias de santa Teresinha que é padroeira das missões e uma das quatro mulheres doutoras da Igreja, “é uma oportunidade para os fiéis se conectarem com sua fé e intercederem por graças”.

Um dos organizadores da visita das relíquias à diocese, frei João de Deus OCD, disse que a peregrinação é “santa Teresinha cumprindo a sua missão, o seu desejo de andar pelo mundo, de anunciar o evangelho, de testemunhar Jesus Cristo em todos os lugares”.

“Tudo aquilo que traz um pouco de conforto, paz, tranquilidade para os detentos, é muito bom, sempre muito bem-vindo”, disse à Doctum TV o diretor de segurança Rodrigo Soares. “Foram poucos lugares que as relíquias de santa Teresinha passaram e nós fomos agraciados com isso”. O presídio “é um local que precisa muito da Palavra de Deus”.

“Não é todos os dias que nós temos essa paz, mas hoje viver essa paz com a santa Teresinha é gratificante para a gente”, contou o detento Welington Douglas. “Todos nos empenhamos para receber de braços abertos a santa Teresinha”.

Esta é a quarta vez que as relíquias de primeiro grau de Santa Teresinha vêm ao Brasil. A peregrinação ocorre a pedido da Ordem do Carmelo Descalço no Brasil ao Carmelo de Lisieux, na França, em comemoração aos 150 anos de nascimento da santa e 100 anos de sua beatificação, celebrados em 2023; e em preparação para os 100 anos de sua canonização, em 2025. Começou em 1º de fevereiro na cidade de Trindade (GO) e terminará em 1º de outubro em São Paulo (SP).

Para acompanhar a programação da peregrinação é só acessar o Instagram dos carmelitas: @soucarmeloocd, @carmelobrasil e @floresdocarmelo.

Santa Teresinha do Menino Jesus

Marie-Françoise-Thérèse Martin conhecida como santa Teresa de Lisieux ou Teresinha do Menino Jesus é uma das santas mais populares do Brasil. Ela nasceu no dia 2 de janeiro de 1873, em Alençon, na França e foi a filha mais nova dos santos Luís e Zélia Martin. Eles tiveram oito filhos antes de Teresa. Quatro morreram ainda pequenos e as outras quatro, Maria, Paulina, Leônia e Celina, foram freiras como a santa.

Aos 15 anos, Teresinha entrou no Mosteiro das Carmelitas, em Lisieux, com a autorização especial do papa Leão XIII por ainda não ter idade. Sua grande experiência com Deus desde pequena, relatada em seus “Manuscritos Autobiográficos” trouxe ensinamentos sobre a “infância espiritual” ou “pequena via” que se baseiam na confiança amorosa em Deus. Teresinha acreditava que seu caminho em direção a Deus era ser como criança, e assim O buscava nesta via de abaixamento que transbordava na vida fraterna e no amar sem medidas.

Santa Teresinha morreu aos 24 anos em 30 de setembro de 1897. Foi beatificada em 1923 e canonizada em 17 de maio de 1925 pelo papa Pio XI que falando sobre a nova santa disse: “esta menina tão sincera, que floresceu no jardim fechado do Carmelo, tendo acrescentado ao seu nome o do Menino Jesus, exprimiu vivamente em si a sua imagem; portanto, é preciso dizer que quem venera Teresa venera e louva o exemplo divino, que ela copiou em si”.

Em 19 de outubro de 1997, no domingo missionário, Teresa de Lisieux foi proclamada doutora da Igreja pelo papa são João Paulo II, devido aos seus escritos autobiográficos.